quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Reciprocidade entre Brasil e Espanha no tema de imigração

Postado por Alexandre Panosso Netto

Que a Espanha é um país maravilhoso, um destino turístico de primeira grandeza, com gastronomia e cultura fantásticas, ninguém duvida. Porém, ninguém duvida também que para os brasileiros entrarem naquele país, seja para turismo, estudo ou trabalho, a burocracia é um tanto complicada.
Não entendo porque é tão difícil um Quixote tomar um chimarrão sossegado...
Para um brasileiro ir à Espanha fazer turismo necessita passaporte com mais de 6 meses de validade, comprovar que tem dinheiro para se manter todos os dias (ou cartão de crédito internacional com a última fatura no original para conferir o limite), reservas de hotéis, passagem de retorno emitida e confirmada. Caso vá ficar na casa de algum amigo, então é necessário uma carta convite de tal amigo, assinada e reconhecida em cartório. Se a pessoa que convida vive em um apartamento, então até o síndico do edifício deve dar uma carta dizendo que o prédio pode sim receber a visita de tal brasileiro... como sei disso? Estive por lá no ano passado e presenciei esta situação e outras me foram contatas pelos amigos espanhóis. 

Tá, tudo bem. São exigências adotadas por inúmeros países europeus, mas o fato é que a Espanha tem endurecido as regras com os brasileiros. Basta dar uma circulada pela internet que vamos encontrar muita discussão sobre esse tema e muitas queixas de brasileiros, por exemplo (clique nos links para ler as notícias):
BRASILEIROS FORAM OS MAIS BARRADOS NA ESPANHA EM 2009
PESQUISADORA BRASILEIRA É VÍTIMA DE PRECONCEITO PELA IMIGRAÇÃO ESPANHOLA
FOLHA MANDA REPÓRTER "TESTAR" IMIGRAÇÃO ESPANHOLA
CASO DE BRASILEIROS BARRADOS NA ESPANHA CAUSA INDIGNAÇÃO NAS AUTORIDADES DO BRASIL
ITAMARATY ALERTA SOBRE PROBLEMAS DE BRASILEIROS BARRADOS NA ESPANHA
ESPAÑA RECIBE UN 49% MÁS DE TURISTAS DE BRASIL A PESAR DEL CONFLICTO DIPLOMÁTICO

Não consigo entender porque a Espanha tem essa atitude com os Brasileiros. Estamos num momento muito bom de nossa economia; temos uma classe média ávida por consumir, por viajar, por conhecer o mundo, por conhecer a Europa; sempre estivemos abertos a receber espanhóis, sem nenhum problema; nossa taxa de desemprego está baixa, então não vamos para fora do país buscar empregos, ainda mais nesse momento em que há esta crise internacional europeia. Na Espanha hoje há 5,3 milhões de desempregados, isso chega a mais de 22% da população ativa. Entre a faixa de 20 aos 40 anos o desemprego por lá bate perto dos 50%. Desta forma, a meu ver, o turista brasileiro deveria ser melhor recebido pois:
1. Tem dinheiro e lá vai gastá-lo;
2. A Espanha precisa mais do que nunca de turistas;
3. A Espanha não tem trabalho nem para os espanhóis, então porque um brasileiro iria para lá buscar emprego?
4. O caminho está sendo o inverso: conforme mostrou reportagem da Revista EXAME de 2 de janeiro de 2012, os estrangeiros estão vindo ao Brasil para trabalhar.
5. A Espanha é, historicamente, um país com relativa abertura a outros povos e culturas.

A reciprocidade
E agora, o que ocorre? O governo brasileiro adota a tal "reciprocidade" e faz as mesmas exigências postas a nós, aos espanhóis. Elas estão valendo a partir do dia 02 de abril de 2012.
BRASIL ENDURECE LAS CONDICIONES DE ENTRADA AL PAÍS A LOS TURISTAS ESPAÑOLES, é o que nos diz o jornal El Mundo em sua página web no dia de hoje.
Y ahora, José? Os dois países perdem. Perdem turistas; perdem oportunidade de gerar empregos; perdem dinheiro; perdem a simpatia um do outro.

Sugestão
Muito simples: que os ministros das relações exteriores dos dois países sentem e revejam as regras, tentem flexibilizar os entraves burocráticos, sejam mais humanos. 
Sugiro também que pensem em quão legal é para um estrangeiro visitar Madrid (e seus muitos museus, ah, que maravilha!), Barcelona, Castilla y León, Toledo e desfrutar dos vinhos espanhóis da Ribera del Duero, de Rueda, Rioja, acompanhado com um pan del pueblo y aceite, um jamón, um pa amb oli num belo restaurante de Mallorca na companhia de gente legal...
Que os brasileiros também pensem em quão legal é para um estrangeiro desfrutar da feijoada brasileira, da caipirinha, tomar água de coco na praia, visitar Ouro Preto, grande expressão do Barroco; conhecer Fortaleza, Salvador, São Paulo... comer um peixe embrenhado na Floresta Amazônica...  quanta delícia nesse nosso país!
Minha opinião é que Espanha e Brasil deveriam adotar a política do Cristo Redentor: braços abertos para bem receber a todos!
Falei.
O Cristo Redentor é também um símbolo da hospitalidade, do bem receber, da amizade fraternal.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Prof. Mario Carlos Beni assume a presidência do Conselho de Entidades Nacionais do Turismo

Postado por Alexandre Panosso Netto

Na tarde de hoje a Confederação Nacional do Turismo - CNTur, presidida por Nelson de Abreu Pinto, empossou o professor Dr. Mario Carlos Beni como presidente do CENTur - Conselho de Entidades Nacionais do Turismo. O evento foi realizado no Expo Center Norte, em São Paulo, no espaço em que está se realizando o Workshop e Trade Show CVC 2012.
Mario Carlos Beni em seu discurso de posse da presidência da CBNTur.
O CENTur pretende congregar os líderes das entidades do turismo nacional e discutir projetos e programas, sempre buscando a melhor forma de desenvolver a atividade.
Nelson de Abreu Pinto em discurso. 
Estiveram presentes no evento representantes sindicais, profissionais das agências, hoteleiros, presidentes de ONGs, profissionais do trade em geral e também acadêmicos.
Prof. Luiz Trigo, em pé, apresentando o prof. Mario Beni aos presentes.
A apresentação do prof. Beni foi feita pelo prof. Luiz Trigo, nosso colega na EACH-USP, que ressaltou o profissionalismo, a seriedade e a generosidade do prof. Beni em todos os seus anos de envolvimento com o turismo.
A presidenta da ABBTUR Nacional, Tânia Omena, em discurso de apoio a Mario Beni.
Também manifestou seu apoio ao prof. Beni a presidente da ABBTUR Nacional, a turismóloga Tânia Omena, do Rio de Janeiro.
Mario Beni em discurso.
Em seu discurso de posse, o prof. Beni ressaltou a necessidade de união dos empreendedores e profissionais do turismo. Lembrou também de seus amigos e colegas que lutam há décadas pelo turismo brasileiro. Falou de histórias e projetos de sucesso já desenvolvidos, destacando o papel da universidade e dos empresários. Comprometeu-se em continuar se empenhando pelo sucesso da atividade, sempre seguindo as boas práticas e exemplos que são pautados pela ética, coerência, honestidade e profissionalismo.
O professor Beni é um dos mais conhecidos profissionais do turismo do Brasil. Atua há mais de 40 anos no turismo e tem ótimo trâmite no mercado e também é muito respeitado pelos estudiosos do turismo. Sou testemunha que muitas das ideias hoje explanadas pelo prof. Beni são condizentes com a realidade. Grande parte do que ele nos falou hoje ele já dizia nas aulas de doutorado da ECA-USP e nas orientações que tive com ele quando fui seu orientando na mesma ECA-USP. Sua crítica à situação do turismo brasileiro é consciente, calma, coerente, mas dura. São tantos anos nesta luta pelo turismo que é difícil não perguntarmos como ele não se cansa. Simples: ele faz o que gosta.
Após o término da cerimônia a diretoria da CNTur se dirigiu para o Palácio dos Bandeirantes, sede do governo de São Paulo, para uma audiência com o governador Geraldo Alckmin.
Deixo meu parabéns ao prof. Beni por mais este compromisso assumido e o desejo grandes realizações.
Alexandre Panosso Netto e Mario Carlos Beni no dia de hoje.