quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Retrospectiva 2010 - Que ano ótimo foi este!

Postado por Alexandre Panosso Netto


Devemos agir com olhos no presente, mirando o futuro. Bom, mas nem por isso vamos nos esquecer da realizações de 2010.
Aqui segue a lista de coisas legais que fiz em 2010 e que adoraria repetir, com as devidas diferenças, qualquer dia desses:

Janeiro
a) Passei vários dias em Valladolid, Espanha, providenciando a acomodação do acervo de Artes, Ciências e Humanidades que nos foi doado pelo prof. Felix Tomillo Noguero. Foram 382 caixas de livros e documentos, 95% em espanhol. A TAM Cargas trouxe gratuitamente para o Brasil. (Há várias postagens sobre isso neste blog).
b) Participei, pela primeira vez da FITUR, em Madrid. Um espetáculo turístico!
Vista parcial do acervo que nos foi doado.

Acervo em 382 caixas, uma carreta de livros. Tá bom ou quer mais?

Fevereiro
a) Tatiana e eu, "procurando sarna para se coçar" (como diz minha mãe), criamos este blog no dia 20. Azar o nosso e de nossos leitures. Hoje são mais de 10 mil acessos.
b) O acervo doado pelo prof. Felix Tomillo chega à EACH/USP no dia 26. (http://panosso.blogspot.com/2010/02/biblioteca-vinda-da-espanha-ja-esta-na.html)
A carreta de livros chegando na EACH/USP. Transporte gratuito oferecido pela TAM Cargas.

Amigos professores da EACH/USP descarregando os livros. O primeiro é o Reinaldo Pacheco e o terceiro é o Sidnei Raimundo.


Março
a) Participei do INVTUR 2010 em Aveiro, Portugal. Um dos melhores eventos científicos de turismo que tive a oportunidade de conhecer.
b) Participei de outros eventos científicos em Valladolid, Espanha e conheci melhor a Universidad de Valladolid, sempre acompanhado dos amigos Marcelino Castillo Nechar, do México e Felix Tomillo, da Espanha.
Colegas e amigos no INVTUR, Aveiro, Portugal.

Francisco, Felix e Marcelino lançando novo livro na Universidad Europea Miguel de Cervantes - Valladolid.

Com os amigos e colegas especiais: Felix Tomillo e Marcelino Castillo.

Abril
a) Ministrei aula Magna no programa de Mestrado em Turismo da UFRN, a convite da coordenadora do programa, profa. Rosana Mazaro.
b) Participei pela primeira vez de uma banca de mestrado em Desenvolvimento Local na universidade em que estudei filosofia e turismo: a UCDB.
c)  O prof. Marcelino Castillo Nechar, da Universidad Autónoma del Estado de México nos visita para participar de conferências e lançamento de nosso livro "Epistemología del turismo: estudios críticos".
d) Participei do XI ENTBL, em Niterói, junto com vários colegas e amigos do turismo nacional e internacional.
Palestra na UFRN.
 
Apresentação (lançamento) do livro "Epistemología del turismo" no XI ENTBL, em Niterói.
Público presente no XI ENTBL durante uma das conferências.

Conferência do prof. Marcelino Castillo na EACH/USP.

Maio
a) Foi o mês do Salão do Turismo. Evento nacional realizado em São Paulo. Tive a oportunidade de encontrar velhos amigos do turismo que estão espalhados pelo Brasil. Hoje são gestores, professores, empresários do turismo.
b) Tivemos a oportunidade de receber na EACH/USP os alunos de turismo da Faculdade Afirmativo de Cuiabá - coordenados pela prof. Luciene - e da UFMS, Campus de Aquidauna - coordenados pela profa. Patrícia Bassinello. Foi um dia repleto de atividades acadêmicas.
Colegas e alunos no Salão do turismo em São Paulo.
Alunos e professores do turismo da Faculdade Afirmativo e da UFMS na EACH/USP.

Junho
a) Participei, por video conferência, de um colóquio de turismo da UAEMex (Toluca-México). Foram apresentações dos projetos de doutorado dos alunos do turismo.
b) Tatiana e eu participamos da 14ª Parada do Orgulho LGBT, aqui em São Paulo.
c) Foi mês da Copa do Mundo de Futebol e tudo estava indo muito bem, até a Laranja Mecânica, segunda edição, aparecer...

Visão parcial, do camarote principal, da 14ª Parada GLBT (a Tatiana conseguiu os convites para o camarote).
Julho
a)  Nosso livro (do Guilherme Lohmann e meu) "Teoria do Turismo: conceitos, modelos e sistemas" (São Paulo: Editora Aleph, 2008) foi digitalizado no formato Dayse (Digital Accessible Information System), específico para uso de deficientes visuais pela Fundação Dorina Nowill para cegos (http://www.fundacaodorina.org.br).
b) Tatiana e eu passamos férias no Estado do Pará, em Santarém, Alter-do-Chão e Belterra. Foi formidável, uma das melhores. Tive a oportunidade de presenciar a "carneação" de um peixe Pirarucu no meio da floresta, feita por um ribeirinho. Você não tem idéia do que é isso.
Férias no Tapajós.

Pirarucu sendo "carneado" por ribeirinhos.

Agosto
a) Fui visitar a Bienal dos Livros, aqui em São Paulo. Tinha muita gente! Lotado. Lotadíssima.
b) Assisti o documentário "Fordlândia", de Marinho Andrade, no Instituto Butantan. O cineasta estava lá para debater o trabalho.
Marinho Andrade, cineasta do emocionante "Fordlândia".

Setembro
Esse mês foi o mais movimentado do ano.
a) Participei da festa de 10 anos do curso de turismo da UFMS, campus de Aquidauana. Tive a oportunidade de fazer uma palestra também, antes da festa, é lógico.
b) Recebemos (Tatiana e eu) a visita de Maria e Felix Tomillo, da Espanha. Ficaram conosco 18 dias participando de eventos, viajando, com conferências, visitando universidades, etc...
c) Lançamento de meu livro "O que é turismo", da Brasiliense. Um velho sonho de estudante de turismo.
d) Lançamento do livro organizado junto com a prof. Cecilia Gaeta, "Turismo de Experiência". Editora Senac São Paulo. 
e) Participação do VII Encontro da Associação Nacional de Pesquisa e Pós Graduação em Turismo - ANPTUR.
f) Não noticiei aqui, mas na ANPTUR recebi o prêmio como "Jovem pesquisador turístico destaque 2010". Depois fiquei sabendo que foi a primeira vez que esse prêmio foi entregue.
g) Participei pela primeira vez de uma banca de mestrado no programa de Mestrado em Turismo da UCS.
h) Participei do Forum Mundial da AMFORHT, aqui em São Paulo.
i) Participei da V Jornada de Lazer e Turismo e Ciências da Atividade Física na EACH/USP. Aliás, fui um dos coordenadores do evento.
Festa de 10 anos do curso de turismo da UFMS.

Turma do Mestrado em Turismo da UCS - Caxias do Sul.
Maria e Felix Tomillo no Brasil. Nosso amigos e hóspedes ilustres.
Capa do "O que é turismo"
Capa do "Turismo de experiência"

Outubro
a) Estive em Passo Fundo-RS, para palestrar no I Seminário Regional de Turismo.
b) Estive em Frederico Westphalen-RS, minha terra natal, para conferência sobre a importância do planejamento turístico.
c) Estive em Belterra-PA, para participar como palestrante do V Encontro Butantan Amazônia. Falei sobre turismo e patrimônio cultural.
Equipe da Faculdade Anglo Americano, em Passo Fundo.
Equipe interessada em turismo em Frederico Westphalen-Rs. O de azul, ao centro, é o José Panosso, prefeito da cidade.
Parte da equipe do Instituto Butantan em Belterra-PA.

Novembro
a) Foi aprovado e lançado nosso programa de Mestrado em Estudos Culturais da EACH/USP. Veja informações do processo seletivo em www.each.usp.br/estudosculturas.
b) Fiz palestra sobre na faculdade Drummond, aqui em São Paulo, pertinho de minha casa.
Público durante minha palestra na Faculdade Drummond.

Equipe organizadora do evento na Faculdade Drummond. Ao meu lado, de blusa listrada, a coordenadora, prof. Patrícia Fino.

Dezembro
Quando a gente pensa que todo mundo está em férias, e que não haverá mais palestras...
a) Estive em São Luís, no Maranhão, para participar, como conferencista, do "I Seminário de Inovação e Competitividade do Maranhão: Diretrizes para o Turismo, Administração e Comunicação".
b) Estive no curso de turismo da PUC de Campinas para falar sobre turismo de Experiência.
c) Me envolvi num "caso de amor" com a operadora de celular TIM. (Veja postagens neste blog).
d) Minhas orientandas do curso de lazer e turismo da USP defenderam suas monografias finais de curso.

Palestra em São Luís, Maranhão.
Equipe de turismo da PUC Campinas.
Festa depois da defesa de monografia no curso de Lazer e Turismo da USP.


Uma palavrinha final:

2010 foi um ano maravilhoso. O trabalho foi produtivo, não precisei brigar nem xingar ninguém - e o contrário creio que também é verdadeiro - (só a operadora TIM tive vontade de xingar, mas como era dezembro, me segurei...). A vida pessoal foi ótima, com muitas realizações, novos contatos e amigos feitos. Ah, se todos os anos fossem iguais a este, que dádiva!
Agradeço ao ótimo 2010 que tivemos, aos meus colegas de trabalho, aos meus familiares, aos colegas que me convidaram para palestras, bancas, eventos, etc, por este Brasilzão.
Agradeço especialmente à Tatiana, por ter me suportado sem reclamar...muito!

Bom, é fim de ano e começo a colocar a programação de 2011 em pauta. E será um ano fantástico, ao menos para mim e para Tatiana, pois os planos serão desenvolvidos, longe, muito longe...Já, já escrevemos sobre isso. 

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

10 livros fundamentais sobre turismo - Top 10 tourism books

Postado por Alexandre Panosso Netto

Esta história de lista de livros está ficando interessante.
Alguns de meus alunos do curso de Lazer e Turismo da USP e alguns colegas pediram-me para fazer a relação dos top 10 tourism books que em meu entender são fundamentais e que todos os estudiosos e estudantes da área, se ainda não leram, deveriam ler.
Existem inúmeros outros que poderiam estar aqui.
Não se trata de livros textos, nem dicionários, livros de viagens ou livros técnicos.
Certamente cada estudioso pode ter a sua relação pessoal, portanto, essa é a relação dos 10 livros fundamentais sobre turismo que eu conheço e já tive a oportunidade de ler.

Aí vão eles:
1. HUNZIKER, Walter; KRAPF, Kurt. Allgemeine Fremdenverkehrslehre. Zürich: Polygraphischer Verlag, 1942. Trata-se do estudo magno dos professores suíços. Publicado em plena II Guerra Mundial para que "todos percebam a importância do turismo, num momento em que ele está paralizado", conforme está explicado no próprio livro. É considerado por muitos como a primeira grande obra científica sobre o turismo. Escrito em alemão. Não há tradução oficial para idioma algum. Li em espanhol, numa tradução não autorizada.

2. SMITH, Valene L. (Ed.) Hosts and Guests. The anthropology of tourism. 2.ed.Philadelphia: University of Pennsylvania Press, 1989. Segunda edição da obra publicada em 1977 que firmou e legitimou o turismo como objeto de estudo nos Estados Unidos e no campo antropológico, com destaque para seus impactos. Posteriormente, em 2001, Smith editou e lançou  Hosts and Guests Revisited. Tourism Issues in the 21st Century, pela Cognizant. Nesse novo texto teorias e previsões de 1977 são revistas e novos autores apresentam suas análises. Em inglês. Não conheço tradução para o português.

3. MacCANNELL, Dean. The tourist. A new theory of the leisure class. New York: Schocken Books, 1976. Livro encantador. O autor apresenta o turista como parte de uma nova classe social que está se formando, no qual o mundo todo é uma grande atração. Destaca os eventos autênticos e fakes pelos quais o turista passa e busca. É a tomada de consciência que o turismo estava embrenhado na sociedade pós II Guerra. Em inglês. Desconheço tradução para o português.
4. URRY, John. O olhar do turista. Lazer e viagens nas sociedades contemporâneas. São Paulo: Sesc/Studio Nobel, 1996. Tive a oportunidade de ler este logo após seu lançamento, quando era acadêmico do curso de graduação de turismo da UCDB. O fio condutor do livro é a percepção do autor de que o turista possui duas formas de ver o mundo visitado: o olhar coletivo e o olhar romântico. Também elabora reflexões explicando como as cidades vão se transformando para receber o turista. O original é em inglês.
5. KRIPPENDORF, Jost. Sociologia do turismo. Para uma nova compreensão do lazer e das viagens. São Paulo: Aleph, 2009. (Edição comemorativa de 25 anos). É considerado o maior livro de Krippendorf, no qual expõe seu pensamento maduro sobre os impactos do turismo de massa, principalmente na Europa. Quando publicou o livro em 1984 foi duramente criticado, pois afirmava que o modelo de viagens de então estava errado. Tive o privilégio, junto com o colega professor Guilherme Lohmann, de editar essa edição comemorativa de 25 anos. Revimos a tradução, inserimos novos textos, comentários e todas as fotos originais do autor que estavam na primeira edição. Original em francês.
6. DANN, Graham M. S. The language of tourism. A sociolinguistic perspective. Wallingford: Cab International, 2001. O autor apresenta como se deu o surgimento de uma linguagem do turismo, bem como suas propriedades e divergências. Essa linguagem passa a ser de controle social dos grupos de turistas. Exemplifica com exemplos desta linguagem na mídia, fala de suas técnicas e cita casos. Em inglês. Sem tradução para o português.
7. KNEBEL, Hans-Joachim. Sociología del turismo. Cambios estructurales en el turismo moderno. Barcelona: Editorial hispano Europea, 1974. Utiliza vasta bibliografia da primeira metade do século XX, dai a importância de sua reflexão: ele vai aos, digamos, primeiros clássicos do turismo. Determina o fenômeno turístico por meio da sociologia para propor a criação de uma ciência do movimento de forasteiros. O original é de 1960, em alemão, e não há tradução para o português, talvez por isso esse livro é pouco conhecido neste lado do Atlântico.
8. LAVAUR, Luis. El turismo en su historia. Barcelona: Ediciones Turísticas, 1974. Este não tenho o exemplar para mostrar a capa, apenas uma cópia em xerox que fiz quando estava na Espanha em 2007. Não se trata de um livro sobre a história do turismo, mas sim de aspectos históricos do deslocamento, das viagens, da hospitalidade. É um livro muito curioso pelo estilo como foi escrito. Traz exemplos da antiguidade clássica, com autores clássicos e modernos. Analisa com categoria o Grand Tour. Em espanhol. Desconheço tradução para o português.

9 - DANN, Graham M. S. The tourist has a metaphor of the social world.  Wallingford: Cab International, 2002. Se o leitor for atento, verá que Graham Dann é o único autor repetido na lista. Gosto dele. Gosto da visão sociológica/antropológica/humana/simples que ele tem do turismo como fenômeno. Neste livro ele convida um grupo de autores para debaterem a autenticidade, a experiência, a etnografia, os mitos modernos, o consumo, etc, tudo relacionado ao turismo e ao turista. Original em inglês. Desconheço tradução para o português.
10 - NASH, Dennison (Ed.). The study of tourism: anthopological and sociological beginnings. Amsterdam: Elsevier, 2007. Para quem gosta de entender as origens dos estudos turísticos, esse livro é interessante. Alguns dos mais prestigiados investigadores da área foram convidados para contar o seu envolvimento com os estudos turísticos, que para alguns se iniciou lá pelos anos 1960. Entre eles estão Valene Smith, Dean Maccnell, Graham Dann e o próprio Dennison Nash. É bonito entender como os sociólogos, economistas, antropólogos e filósofos "descobriram" o turismo. É isso o que me interessa nesse livro. Em inglês. Não há tradução para o português.
FIM DA LISTA!

Mas alguém pode me perguntar: nenhum livro de autor brasileiro? Outro dia faço, se der tempo e tiver vontade, uma relação só de autores tupiniquins.
Mas para não decepcionar ninguém, adianto que o primeiro da lista é "Análise estrutural do turismo", do professor Mario Carlos Beni (Senac São Paulo, primeira edição de 1998). Li esse livro assim que havia me formado em Turismo. Gostei muito, apesar da linguagem rebuscada.
Depois, já em 2002, tive o privilégio de ser orientando do prof. Beni do doutorado da USP. Ai entendi o que não havia entendido anteriormente sobre o livro e a teoria de sistemas. Foi uma dádiva.

Espero que a relação acima inspire ao menos meus alunos do curso de Lazer e Turismo da USP. Espero também que eles façam as suas listas de livros e autores preferidos e importantes. Assim todos vamos aprendendo.


quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

TIM Capítulo V - Não vou mais reclamar

Postado por Alexandre Panosso Netto


Estou imbuído de espírito natalino, neste sentido, faço aqui minha última postagem (espero) sobre meu caso de amor com a operadora de celular TIM.
Após muitas idas e vindas, que o leitor atendo poderá ver em várias postagens anteriores, creio que meu problema foi resolvido. Veja, eu disse CREIO, pois de fato não recebi comunicado algum referente a isso. Eu disse CREIO porque as ligações diárias indesejadas me cobrando uma conta que não estava em meu nome cessaram há pelo menos 10 dias.
Vai ver a TIM também foi tomada pelo espírito natalino e resolveu meu problema para me libertar de ligações impertinentes neste fim de ano.
O Natal é assim, amolece as pessoas. Todos ficam mais sensíveis. Até eu, pois continuarei utilizando os serviços desta operadora.
Assim, só tenho a desejar Feliz Natal à equipe da TIM! E que 2011 seja, para esta operadora, muito melhor.
Espero que seus clientes (inclusive este que escreve) sejam respeitados com serviços exemplares, valores justos e muita qualidade técnica. Assim todos ficaremos felizes e não seremos obrigados a reclamar publicamente em blogs, jornais, twitters, orkuts, facebooks, anatéis ou outros meios de comunicação virtuais ou presenciais.
Detalhe do pequeno arbusto artificial de Natal que veio das longínquas montanhas chinesas para adornar nossa sala de estar.

Defesa de monografia em Lazer e Turismo na EACH/USP

Postado por Alexandre Panosso Netto

Quem é professor universitário sabe que todos os anos deve orientar alguns acadêmicos em suas monografias de conclusão de curso, também conhecidas como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC).
Em 2010 fui agraciado com 4 orientandas que se comportaram muito bem e desenvolveram seus estudos de maneira exemplar. E falo isso com orgulho, pois é verdade. A menor nota das quatro foi 8,5 e a maior foi 10. 
Faço aqui minha homenagem às novas bacharéis em Lazer e Turismo pela USP.

A primeira a defender foi a Debora de Souza Mello, que apresentou o estudo "Análise das políticas públicas de turismo e patrimônio cultural na cidade de Mogi das Cruzes-SP". 
Debora é de Mogi, por isso optou pelo tema. Pelo que tudo indica seu caminho será na gestão do turismo. Assim espero.
Débora em momento de arguição.
Festa com os amigos após a aprovação. Aurélio (meu orientando no ano passado), Cristina, Debora e Alexandre.

A segunda foi a Giovana Schiavon que escreveu o TCC "Turismo, turista e gastronomia: relações encontradas por meio de pesquisa com estudantes da Escola de Artes Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo". Ela identificou se os estudantes da EACH/USP viajam se preocupando com a gastronomia que vão encontrar no destino escolhido. A resposta foi negativa. Vimos que a gastronomia do destino pouco influencia o viajante analisado.
Giovana defendendo suas idéias.

A Letícia Higashi Lessa Ayres foi minha primeira orientanda que optou por investigar um tema usando a Fenomenologia. Seu estudo foi "Análise fenomenológica do turismo em São Sebastião a partir do discurso de um grupo de residentes locais". 
Letícia pratica turismo de segunda residência em São Sebastião desde criança, isso foi um fator motivador para a investigação. Além do mais, segundo ela, a Fenomenologia chamou sua atenção desde o primeiro ano de faculdade, quando "foi obrigada" a ler meu livro "Filosofia do Turismo". 
Neste texto conseguimos fazer a união entre a filosofia e os temas turísticos, o que para mim, que sou formado em filosofia, é muito importante.
Letícia, confiante, esperando a nota final.

A última defesa foi da Cristina Justino do Nascimento que defendeu a monografia intitulada "O conceito de Shkolé em Platão e Aristóteles". Ela se debruçou sobre os autores fundadores da filosofia para analisar como eles perceberam o ócio (lazer/vagar) no mundo antigo. O detalhe é que o termo grego shkolé tem muitos significados e a revisão bibliográfica apontou isso.
Esse texto também me trouxe uma grande satisfação, pois mais uma vez conseguimos unir o debate filosófico com o turístico.
Cristina explicando o completo conceito de shkolé.

Banca: Luiz Octávio de Lima Camargo, Luiz Trigo, Cristina e este que escreve. (Não tenho fotos das outras bancas...).

Parabenizo às novas bacharéis em Lazer e Turismo pela USP e estimo grandes realizações profissionais. Acho que nos veremos em breve, pois há vários programas de mestrados com processo seletivo de alunos abertos na EACH-USP. Vai que pinta uma nova orientação, hein?! Seria interessante.

Após as defesas, sempre é assim: muitos sorrisos, abraços, alegria, fotos e festa.
Que assim sempre seja.
Amém.

terça-feira, 21 de dezembro de 2010

10 livros - uma lista

Postado por Alexandre Panosso Netto
Nesses dias andei refletindo sobre quais foram os livros não científicos que li que mais marcaram ou que foram importantes em minha vida. É interessante pensar assim, pois num esforço da memória consegui me recordar de vários que li quando ainda era criança/adolescente e não entendia nada da vida (bom, nem sei se hoje entendo algo da vida...).
Que fique claro, eles não tem nada a ver com a questão científica que hoje abordo em meu trabalho.
O fato é que resolvi fazer uma lista dos que considero que foram importantes para mim. Há vários outros, mas escolhi estes. Não consigo dizer ou explicar bem ao certo porque foram importantes, mas sei que foram. 

1 - DISNEY, Walt. Manual do professor Pardal. 1.ed. Editora Abril, 1972. Li quando era criança. Até nesses dias eu lembro dele da casa de minha mãe. Ensinava a fazer um telégrafo com uma pilha e duas lâmpadas. Eu fiz.

2 - DUPRÉ, Maria José. Éramos Seis. Editora Ática (Serie Vaga Lume). Eu tinha 14 anos. Foi o primeiro livro que li e chorei, eu confesso.
3 - GUIMARÃES. Bernardo. O seminarista. Ática, 1977. Imagine que vivi seis anos no seminário católico (ah, você não sabia disso, né?!). Foi ali que comecei a ter gosto pela leitura, pelos estudos, pela filosofia e pelo futebol. Depois de "O seminarista", acho que o livro mais lido por nossa turma foi "O Anticristo", de Nietzsche - por que será? (risos).
4- FORSYTH, FredericK. O dia do chacal. Editora Abril. Li quando era adolescente. A trama envolvente. Mil vezes melhor que o filme, que já é bom demais! Aliás, só vim assistir ao filme recentemente, há uns 4 anos atrás. 
5- STEINBECK, John. A pérola. Editora Record. Eu já tinha meus 17 anos quando li. Fiquei muito "p." da vida com a maldade humana. Como poderia existir gente tão gananciosa? A vida começava a se mostrar para mim.
6- DOYLE, Conan. As aventuras de Sherlock Holmes. O fato é que li com 17-18 anos, não somente esta obra de Doyle, mas também "Um estudo em vermelho", "O signo dos Quatro", "O cão dos Baskervilles", "O vale do medo" e "As memórias de Sherlock Holmes". Ou seja, li toda a coleção que estava disponível na biblioteca do seminário São José de Itaúba, onde estudei, no Mato Grosso.

7- AGOSTINHO, Santo. Confissões. Li quando tinha meus 19-20 anos. Não entendi muito bem. Somente na atualidade é que tenho maior compreensão da importância cristã desta obra. Fundamental para entender o pensamento da igreja católica.
8- TAHAN, Malba. O homem que calculava. Era uma série de livros do prof. de matemática Júlio César de Mello e Souza. A lógica simples, para os problemas que pareciam complexos, me encantava. Cheguei até pensar em cursar matemática. Não sei porque mudei de idéia, ainda hoje gosto dos números, mesmo sem ter o mínimo domínio sobre eles. Anos atrás vi uma entrevista do prof. Souza do Programa do Jô. Ele era mesmo genial.
9 - GAARDER, Jostein. O dia do curinga. Cia das Letras. Li assim que o livro foi lançado (acho que em 1995 ou 96). Havia acabado de ser arrebatado pelo "Mundo de Sofia", do mesmo autor. Todavia, quando terminei "O dia do curinga", vi que era melhor ainda. Uma trama surpreendente. Depois disso fiquei fã de carteirinha e li "Ei! Tem alguém aí?" "Vita brevis", "Mistério de Natal", "Através do espelho"...foi a primeira vez que senti inveja de um escritor, no bom sentido. Como ele poderia escrever tão bem!? pensei!

10- MONTELLO, Josué. Os tambores de São Luís. Nova Fronteira. Montello foi publicado em 1974, mas somente há duas semanas o li. Fruto de minha primeira viagem a São Luís, no Maranhão, decidi ler o clássico. Quase 700 páginas "devoradas" em cinco dias. Não conseguia parar de ler. A história do negro alforriado Damião me levou a perguntar: "porque somente agora fui ler esse livro?". Fiquei com vergonha de mim mesmo. 
Ah, relacionei Montello, uma de minhas últimas leituras, pois senão poderiam pensar que nunca mais li nada de literatura, o que não é verdade.

Uma lista é... sempre uma lista. 
Creio que eu poderia relacionar vários outros, talvez várias outras listas com 10 livros. Todavia são esses que foram fundamentais em determinados momentos de minha vida.
Sabe, eles me fazem sentir um pouquinho de saudades dos tempos idos...
Ah, que nada: o presente e o futuro prometem muito mais!