segunda-feira, 15 de dezembro de 2014

Neste mês comemoro 20 anos que me formei em Filosofia

Postado por Alexandre Panosso Netto

Neste mês de dezembro de 2014 completam-se 20 anos de minha formatura no curso de Filosofia.

Eu morava e estudava na cidade de Itaúba, no Mato Grosso, a 180 km da casa de meus pais. Completado o segundo grau em 1991, em novembro daquele ano fui fazer vestibular em Campo Grande, Mato Grosso do Sul-MS, para o curso de Filosofia nas Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso (FUCMT; hoje Universidade Católica Dom Bosco-UCDB). Passei em sexto lugar na classificação geral.

O estudo de filosofia foi iniciado em fins de fevereiro de 1992. Curso de 3 anos. Lembro que eu e alguns amigos que também eram do interior andávamos pelas ruas admirando os belos e altos prédios da capital. Tudo era novo para nós.

Em 1992, no primeiro ano de faculdade, a FUCMAT era localizada na área central de Campo Grande, na Avenida Mato Grosso. Em 1993 mudou-se para uma região afastada da cidade, local onde hoje é a UCDB. Uma grande área verde, alta, de onde é possível ver toda a cidade.
UCDB nos dias atuais. Fonte: www.ucdb.br
O curso de filosofia da FUCMAT havia sido reconhecido pelo MEC pela Portaria Ministerial 106, DOU de 17 de março de 1983. Tínhamos disciplinas básicas em qualquer curso de licenciatura, tais como metodologia científica, sociologia geral, história geral e estudos dos problemas brasileiros. Também haviam as específicas e que encantavam e deixam loucos os colegas, tais como:
Lógica
Teoria do Conhecimento
Ética I e II
Filosofia geral: problemas metafísicos
História da filosofia de I a V
Antropologia I e II

Ao iniciar os estudos, lembro-me que tudo o que eu acreditava começou a ser questionado pelos autores que li. Heráclito e Parmênides, - tudo muda; não há mudança - logo na primeira semana; uma resenha crítica dos “Diálogos” de Platão para dali a quinze dias; Aristóteles e Sócrates tomavam café e almoçavam conosco. Nietzsche, com “O anticristo”, abalou com minha fé no homem, no mundo e no cristianismo. São Tomás de Aquino, e sua “Suma teológica” foi utilizado para contrabalancear o baque existencial. Depois ainda tinha as “Confissões” de Santo Agostinho, um “mea-culpa” de sua vida desregrada, que teve uma “segunda leitura” apresentado por um professor ateu de filosofia.
Colegas da Filosofia: João Valdivino, eu, José Rita Lara, Gilberto Siqueira. Acho que era em 1993. 
Os meses de leituras e debates com os colegas de turma e com os das turmas mais velhas foram nos deixando complexos e perplexos. Em Heidegger esperava encontrar a chave dos problemas existenciais, mas minha inexperiência acadêmica e a sua linguagem árdua e pesada impediram-me de continuar lendo-o. Busquei aconchego em Wittgenstein, voltei em Aristóteles e alguns outros autores como Baptista Mondin, Teilhard de Chardin e Régis Jolivet, mas acabei gostando mesmo de Jean-Paul Sartre; talvez porque os problemas existenciais abordados por ele falavam diretamente a mim naquele momento de decisão. E ainda tínhamos professores que falavam do "não ser" da Filosofia da Libertação; e outros que nos diziam que tudo isso era bobagem. A leitura de “O muro” de Sartre foi fulminante – era um livro sobre mim, pensei. (Adendo:  porque todos os estudantes de filosofia que conheço gostam de Sartre?).
Eu com alguns indígenas que faziam parte do projeto de educação. Missão Salesiana em Sangradouro, Mato Grosso.
A UCDB é uma instituição religiosa e católica e desenvolve muitos trabalhos sociais. Em 1994 surgiu a oportunidade para eu fazer parte um projeto de educação indígena com Xavantes no interior de Mato Grosso, a 350 km de Cuiabá. Fui selecionado, no início de 1994, para trabalhar com História do Brasil, e em abril de 1995 para trabalhar com Filosofia da Educação. A escola indígena ficava na aldeia Sangradouro, perto da cidade de Primavera do Leste-MT. Entre março, abril e dezembro de 1994 e entre abril e maio de 1995 vivi uma das minhas melhores experiências. Tive a possibilidade de aprender e ensinar. Para mim eu estava no centro do encontro de culturas, à qual apenas havia lido nos livros de história. Estar vivenciando tal momento proporcionou-me um amadurecimento intelectual e pessoal comparado à melhor das viagens que podemos fazer. Foi neste momento que comecei a me interessar mais por história e iniciei a leitura de Lévi Strauss, Darci Ribeiro, Fernand Braudel, Edward Palmer Thompson, Eric Hobsbawm, Gilberto Freire, Buarque de Holanda, Jacques Le Goff, etc, etc, etc.
Colegas de futebol, rodas de tereré e de filosofia: Marcos Antonio Reichel, Vivaldo Bispo dos Santos, eu, José Hercílio Pessoa (hoje padre) e Mário Augusto Bueno.
O estudo de filosofia para mim, desde meu ingresso no ensino superior, foi vital. Creio que nem preciso explicar o importante papel que a filosofia tem nos dias atuais ao desvelar a realidade, ir ao âmago das questões existenciais e metafísicas, proporcionar uma melhor compreensão do papel de cada um neste curto momento que passamos por este planeta. Infelizmente, nem sempre esse papel é valorizado e a reflexão filosófica é vista como algo desnecessário e banal. Banal, na realidade, é o ato que despreza o filosofar.

Gosto de falar de filosofia; gosto de ouvir quem sabe filosofia; gosto de ler textos filosóficos. Se sou um filósofo? Não, não me considero um filósofo, mas sim um estudante de filosofia. Sempre serei estudante neste quesito. Filósofos para mim - nomearei apenas dois - eram o padre Walter Boch (in memoriam) e o padre Luiz Ferracini (ainda na ativa). Ambos meus professores. Dois escolásticos. Dois grandes teóricos que falavam de coisas que somente 20 anos depois começo a entender.

Ao terminar meu curso, em dezembro de 1994, eu era professor de filosofia no ensino médio há dois anos. Sai do curso, não igual a quando entrei, mas sim profundamente mudado. Porém, não passei pela filosofia; ela ficou em mim. Então, repentinamente, uma realidade me assombrou:
estava eu condenado (no sentido sartreano) a ser professor de filosofia?

Eu achava que faltava algo técnico em minha vida. Uma conhecimento técnico. Foi quanto, em 1995, a mesma UCDB ofereceu um curso novo, coisa futurista pensava eu; algo que ninguém de minha turma de amigos e colegas de filosofia tinha pensado: TURISMO.
Estava com letras vermelhas no cartaz de novos cursos da universidade. Não tinha a menor idéia do que seria aquele curso. Mas, com estava engajado no estudo de idiomas e sonhava em viajar, pensei que poderia ser uma boa opção. Eu também queria ver o mundo de outro ângulo. Fiz o vestibular no final de 1994. Fui classificado em 13º lugar. É aí que meu envolvimento emotivo e profissional com o turismo se iniciou.

Bom, mas isso é outra história, para outra postagem ou para alguma garrafa de bom vinho. Se alguém me convidar, pode ser que eu conte o segundo capítulo.

sábado, 15 de novembro de 2014

XIII Encontro Nacional de Turismo de Base Local - ENTBL

Postado por Alexandre Panosso Netto

Portal do evento. Foto do grupo no Facebook: "ENTBL 2014- 13º Encontro Nacional de Turismo com Base Local"
Terminou no dia 13, na Universidade Federal de Juiz de Fora, o XIII Encontro Nacional de Turismo de Base Local-ENTBL (10 a 13 de novembro). Foram 4 dias de intensos debates sobre novas (e velhas) práticas de turismo.
Cerimônia de abertura com autoridades da UFJF. Foto do Facebook.
Cerca de 100 estudos acadêmicos foram apresentados, entre pôsteres, mesas de debate e grupos de trabalho. Houve também relatos de experiências, mini-cursos e exibição de documentários. Passaram pelo evento por volta de 270 pessoas, segundo dados da comissão organizadora.
Mesa temática: Inclusão e inovação: caminhos do futuro do turismo brasileiro. Foto do Facebook.
O ENTBL, que nasceu em 1997 na USP, por iniciativa da profa. Dra.Adyr Balastreri Rodrigues, há muito tempo já se constitui num dos mais importantes espaços de divulgação e discussão das investigações científicas feitas sobre o turismo de base comunitária. Esta última edição não se furtou a problematizar as práticas de turismo desejadas neste segmento ou área.
O evento chamou a atenção da mídia local e regional. Foto do Facebook.
Segundo o próprio site oficial (http://www.ufjf.br/entbl2014/o-entbl/) o ENTBL surge "com o intuito de favorecer a ampliação das reflexões e práxis sobre o Turismo, esse importante e complexo fenômeno de relevantes repercussões nas esferas social, econômica, ecológica, política e cultural, portanto, eminentemente espacial [...] O Encontro Nacional de Turismo de Base Local se caracteriza, hoje, como um dos mais relevantes eventos acadêmicos, cuja temática é o Turismo, do Brasil e da América do Sul."
A programação completa do que foi o evento está aqui: http://www.ufjf.br/entbl2014/programacao/
Dentre as inúmeras conferências e apresentações, destaco duas:
Apresentação de Ailton Krenak, moderada pelo prof. Dr. Sandro Campos Neves. Foto do grupo do ENTBL do Facebook.
1) A conferência de abertura - Os desafios do Turismo com Base Local: olhares indígenas sobre a economia e a criatividade, de Ailton Krenak (http://pt.wikipedia.org/wiki/Ailton_Krenak).
Krenak apresentou, de uma maneira muito simples, porém profunda, as possibilidades, problemas e desafios do turismo em áreas indígenas. Em sua fala ficaram evidentes temas caros ao turismo, tal como a hospitalidade, a autenticidade e a experiência. Evidenciou que não é contra as práticas de turismo em áreas indígenas, mas que cada região, cada área, cada grupo indígena está em fases distintas de desenvolvimento turístico, e por isso devem ser miradas com um olhar muito particular.
Palestra de encerramento: Ítalo Mendes, moderada pelo prof. Dr. José Gandara. Foto do Grupo do ENTBL do Facebook.
2) A Conferência de encerramento - Economia e criatividade: as políticas públicas de turismo do Brasil, com Ítalo Oliveira Mendes, Diretor de Gestão Estratégia do Ministério do Turismo.
Ítalo, conhecedor da máquina pública, fez uma clara explanação sobre as etapas das políticas públicas em turismo no Brasil desde a década de 1970. Apresentou os principais desafios e problemas que o desenvolvimento do turismo a partir do gestor público tem no país. Foi muito interessante, pois ele não se esquivou em expor os problemas e nem em responder a questionamentos, mesmos os mais complicados. Além disso deixo bem claro o forte interesse do Ministério do Turismo em contar com o trabalho em parceria com os pesquisadores do turismo do país.

Prof. Christian Dennys M. de Oliveira (UFC) em seu mini-curso. Foto do Facebook.
Prof. Dr. Sidnei Raimundo (EACH-USP) e seu grupo de pesquisa apresentando resultados de trabalhos.
Também ocorreram apresentações culturais tradicionais, tal como a do Bloco de Carnaval do Zé Pereira, com 54 anos de tradição e patrimônio imaterial do município de Mar de Espanha - MG.
Bloco de Carnaval do Zé Pereira. Foto do Facebook.
A TV da UFJF também fez uma reportagem sobre o evento, no qual os organizadores e alguns participantes explicam a importância do evento e outras opiniões:


Mural de Recordações.
Destaco ainda que foi um evento no qual foi possível a maior integração entre os participantes. Não foi um evento apressado; foi em slow movement, slow science, pois a organização pensou num evento coletivo, no qual todos tiveram tempo para se expressarem e dialogarem. Sem contar que as instalações do campus da UFJF, onde está o ICH, local do evento, são exemplares e muito receptivas.
Alguns pesquisadores presentes. Foto do Facebook.
Membros da comissão organizadora e participantes no encerramento. Foto do Facebook.
Dra. Odaléia Telles (USP), Luzia Neide (UECE), Profa. Thais Lima (UFJF) e Dr. Sysman Neiman (UFSCAR). A profa. Thais foi coordenadora do receptivo, que foi impecável com seu trabalho na empresa Vila Brasil Turismo. Foto do Facebook.

No coquetel de despedida. Animação.
Deixo meus agradecimentos a todos os colegas que participaram enriquecendo o evento.
Deixo meus parabéns à comissão organizadora pela excelente programação, dedicação e impecável organização. Não vou nomear a todos, pois posso esquecer de alguém, porém eles estão representados na foto abaixo, tirada na noite do encerramento, no momento do coquetel.

Comissão organizadora do XIII ENTBL. Alunos, professores e funcionários da UFJF. Foto do Facebook.
Profa. Susy Simonetti, da Universidade do Estado do Amazonas - UEA, apresentando a candidatura para sediar o XIV ENTBL em Manaus em 2016.
Em 2016 o evento será na Universidade do Estado do Amazonas, em Manaus. A candidatura foi apoiada por todos os que estavam presentes na cerimônia de encerramento.
Nos encontraremos por lá!
Abraços!

segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Turismo e Megaeventos no Brasil - encontro de trabalho

Postado por Alexandre Panosso Netto

Estão no Brasil, na Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP), os pesquisadores Manuel Alector Ribeiro, da Universidade do Algarve (Portugal) e Dogan Gursoy, da Washington State University (Estados Unidos) para trabalharem na análise dos dados de nossa pesquisa financiada pelo CNPq intitulada "Tourism and Mega-Events in Brazil: Host Community Support, Identity, Emotion and Trust In Organizing Committees".
Esquerda para direita: Dogan Gursoy, Manuel Alector Ribeiro e Alexandre Panosso Netto, na EACH-USP.
Estamos analisando os dados coletados na primeira onda de entrevistas que foi realizada com 3.770 pessoas nas 12 sedes dos jogos da Copa do Mundo entre 5 e 12 de maio de 2014. O principal objetivo da pesquisa é analisar o apoio da comunidade local a partir do ponto de vista de diferentes categorias, tais como identidade, emoção e confiança nos comitês organizadores do evento. A segunda onda de entrevistas está programada para novembro e será feita pelo Instituto Datafolha, que foi o responsável também pela primeira coleta dos dados.

Megaeventos e turismo
O tema dos megaeventos e sua relação com o turismo tem aparecido com mais força na academia desde as Olimpíadas de Barcelona em 1992, considerada um divisor de águas por seu exemplo positivo.

Nesta direção, Dogan Gursoy, natural da Turquia e radicado nos EUA, é um dos principais investigadores internacionais do tema, tendo publicado inúmeros artigos na duas principais revistas científicas internacionais de turismo, a Annals of Tourism Research e a Tourism Management (veja seus artigos aqui: http://scholar.google.com/citations?user=p9ndUsYAAAAJ&hl=en).
Os modelos de análise dos dados estão sendo construídos com a utilização do software SPSS e os testes estatísticos iniciais comprovaram que o banco de dados que temos é confiável, o que nos permitirá apresentar alguns modelos de análises, sendo, inclusive, um deles inédito até o momento.
Grupo reunido na sala dos grupos de pesquisa em Lazer e Turismo da EACH.
Um resumo do que estamos fazendo será apresentado por Manuel Alector no dia 1 de outubro, às 14 horas, no evento "Conferência Internacional: Investigação e Educação em Turismo", que realizaremos na EACH-USP (Rua Arlindo Béttio, 1000, Bairro Ermelino Matarazzo, São Paulo-SP) como atividade do Mestrado em Turismo (veja informações adicionais no site do programa: http://prpg.usp.br/turismo/noticias/mostrar/5140).
Alguns dados simples já foram publicados antes mesmo da Copa do Mundo, e podem ser conferidos no site da Agência USP de Notícias. (http://www.usp.br/agen/?p=177797).

Apoio e financiamento
O financiamento para a pesquisa veio do projeto número 487780-2013-2, aprovado na Chamada ME/CNPq 91/2013, do Ministério do Esporte, gerenciado pelo Conselho Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento Tecnológico (CNPq). O apoio para sua realização é dado pela Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo (EACH-USP).

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

10 maneiras de irritar (muito) seu orientador

Postado por Alexandre Panosso Netto

Correm por aí umas postagens sobre como manter a boa relação com seu orientador acadêmico, seja de Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação (TCC), seja de Mestrado (dissertação), seja de Doutorado (tese).

Resolvi escrever, sob o meu ponto de vista, 10 maneiras de irritar (muito) seu orientador. Este é um post lúdico, se isso aconteceu alguma vez com algum aluno ou orientador, eu juro que não sei.
Segue minha lista:

1. Mande uma parte do trabalho para seu orientador por e-mail. Depois de 5 minutos envie uma mensagens pelo Facebook dizendo que mandou um e-mail; em seguida mande uma mensagem por celular (se é que você é uma pessoa abençoada e tem o número do celular do seu orientador). Para garantir, ligue em seguida relatando o que fez.

2. Encontre com o orientador na cantina da universidade bem no momento em que degustava seu café entre uma aula e outra. Explique - detalhadamente e com cara chorosa -  que você teve problemas para cumprir os créditos obrigatórios, pois reprovou por faltas ou por nota em uma matéria. Em seguida, peça para ele interceder junto ao outro professor para que ele ‘abone’ uma ou outra falta ou ‘reconsidere’ a nota dada.

3. Diga que não teve tempo de consultar todo o material bibliográfico indicado pois a biblioteca estava fechada por greve; choveu muito no dia que você iria para a universidade e o trânsito ficou horrível; ou que você simplesmente não conseguiu encontrar todas as referências indicadas (mesmo sabendo que elas estão todas acessíveis na biblioteca).

4. Mande um e-mail se desculpando por ainda não ter enviado o capítulo do trabalho que foi solicitado. Jure que em 5 dias vai enviar. Passados 5 dias, envie outro e-mail dizendo que tudo estava feito, mas no dia que ia enviar o computador deu pau.

5. Não vá na aula da disciplina de seu orientador. Diga que faltou porque alguém ficou doente, você estava fazendo trabalho de campo ou teve que fazer hora extra no serviço. Invente uma desculpa inteligente e faça de conta que acredita que ele também está acreditando.

6. Você enviou o rascunho do texto e teve a sorte do seu orientador ler e fazer as primeiras observações e correções. Aceite algumas, mas as mais complicadas faça de conta que não viu ou que não concorda e que gostaria de discutir pessoalmente com ele aquele tema e explicar seu ponto de vista, afinal a academia permite a livre discussão de idéias.

7. Falte na bendita e única reunião que seu orientador marcou contigo. Mande uma mensagem em cima da hora dizendo que teve um 'imprevisto de ordem pessoal' e que não vai poder ir; para ficar melhor, aproveite a mesma mensagem e indique que só poderá se reunir com ele na semana seguinte.

8. Mostre-se inseguro em relação ao tema de pesquisa escolhido. Num dia tenha total segurança, no outro diga que mudou de opinião e não tem tanta certeza. Volte a ter certeza logo em seguida, porém, da dúvida, mude de tema a ser investigado sem ele tomar conhecimento.

9. Converse com outro professor e diga que tem vontade de mudar de orientador, porém ainda não comunicou a ele. Diga que não está satisfeito por qualquer razão. Reze para que o professor contactado não conte nada para ninguém, muito menos para seu orientador.

10. No momento da defesa pública da pesquisa, ao ser indagado pela banca sobre um problema do trabalho, diga, em alto e bom tom, na frente de todos, que foi seu orientador que mandou fazer daquele jeito, e que você fez, mesmo sabendo que poderia estar errado. Volte a rezar para ser aprovado. É difícil, mas a fé ajuda.

quarta-feira, 9 de julho de 2014

Um conhecedor da hospitalidade na teoria e na prática

Postado por Alexandre Panosso Netto e revisado por Tatiana Lima Sarmento Panosso

La hospitalidad pura o incondicional no consiste  en una invitación
y menos aún en una invitación sin nobleza de espíritu y codiciosa.
Sin esta hospitalidad, no habría surgido la concepción del otro, de la alteridad.
La hospitalidad-hospitalidad está de antemano abierta a todos,
cualquiera puede entrar en nuestras vidas,
aunque no se le espere y aunque sea absolutamente extraño,
inidentificable, imprevisible, cabalmente otro.* (Félix Tomillo Noguero)

Félix Tomillo Noguero, na FITUR, Madrid, 2010.
O profissional
Ser um praticante da hospitalidade incondicional é tão difícil quando ser um conhecedor das teorias da hospitalidade. Pois o Professor Doutor Félix Tomillo Noguero (28.06.1943 - 2.07.2014) tinha esses dois atributos: era um dos maiores conhecedores das teorias da hospitalidade e um praticante da hospitalidade até o seu extremo.
Javali, Tessera Hospitalis encontrada em Uxma, que fica sobre a mesa de trabalho de Félix, no escritório de sua casa.
Félix fez seus estudos infantil, primário e secundário no Colegio San José (PP. Jesuítas), em Valladolid. foi Licenciado em Direito (Universidad de Valladolid, 1965); Diplomado em Direito Internacional (Universidad de Valladolid, 1966); Licenciado em Ciências Políticas (Universidad Central, Madrid, 1967) e Doctor of Philosophy in Business and Management (University of Sussex, 1986).
2010.
Foi empresário, educador, co-fundador da primeira escola superior de turismo da Espanha, membro de organizações sociais, científicas, culturais, turísticas, empresariais, co-fundador da Associação Cultural Dança Espanhola, Titular da Escola de Dança de Valladolid, fundada em 1974 por Mariemma. Professor de vários mestrados em várias universidades. Autor de dezenas de artigos, capítulos de livros e livros relacionados ao turismo e à hospitalidade. Foi consultor da Organização Mundial do Turismo e da AMFORHT. Palestrante em dezenas de países, ganhador de muitos prêmios acadêmicos. O resumo de seu currículum vitae, apresentado em maio de 2014 à Universidade de São Paulo, por ocasião do convite feito para que fosse professor convidado da universidade, tem 21 páginas...

Primeira foto que fizemos juntos, em 2007, em Valladolid.
A amizade
Félix, como sempre o chamei, passou a ser meu amigo desde o primeiro dia que o conheci. Lembro-me bem, era 10 de julho de 2007, 12 horas da manhã, na rodoviária de Valladolid, Espanha. Era dia de meu aniversário e nosso contato foi um presente. Ali se iniciou uma amizade forte... a mais forte que eu experenciei...foi o meu melhor amigo.
Nossa primeira degustação de vinhos juntos, Bodega Legaris, Peñafiel, Espanha, 2007.
E não tenho consciência disso somente agora, chorando seu falecimento. Desde o início nós soubemos que nosso encontro foi algo que acontece poucas vezes na vida dos homens. Menos de um mês após nos conhecermos pessoalmente, já de volta ao Brasil após Tatiana e eu termos feito o Caminho de Santiago de Compostela, eu escrevi este email para Félix e sua esposa María. O email é de 9 de agosto de 2007 e tem como título "Muchas Gracias":

Amigo Felix (y Maria),
Sim, é incrível perceber que parece que nós já nos conhecíamos em nosso encontro em sua formosa cidade. Parece que já estivemos várias vezes juntos a desfrutar de agradáveis conversas e encontros diversos.
Para mim e para Tatiana uma das melhores coisas de nossa viagem foi conhecer a vocês - Felix y Maria - que nos receberam como perfeitos anfitriões. Isso foi muito importante para nós também. Interessante o modo como você percebe a hospitalidade dizendo que não é difícil receber ao adelphos - mas isso também é mérito de todos nós que nos reconhecemos nesse encontro como "velhos amigos". Uma sinergia importante!


O tutor
Além disso Félix foi meu pai, irmão mais velho, tutor intelectual, orientador, professor a cada momento. Ele não foi meu único tutor, mas foi aquele que tive mais contato após ter desenvolvido meu doutorado em 2005. Com ele desenvolvi meus estudos de pós-doutoramento em turismo na Universidad Europea Miguel de Cervantes - UEMC, em 2011. Aquele pós-doutorado, além do objetivo científico e acadêmico - e isso sei em meu íntimo - tinha como objetivo maior nos aproximar ainda mais. Nós realmente gostávamos de desfrutar da companhia um do outro.
Em uma de suas últimas conferências, em Paipa, Colômbia, novembro de 2013.
Tínhamos as mesmas ideias, nunca brigamos, éramos capazes de passar várias horas conversando sobre política, turismo, hospitalidade, história, filosofia, livros que lemos... se a conversa estivesse embalada por um vinho da Ribera del Duero, então poderia durar uma noite toda ou um almoço de 4 horas, o que fazíamos seguidas vezes.
Aqui ele estava ensinando a mim e a sua filha Maria a sacar os sabores, aromas e cores dos vinhos.
Aliás, Félix também me ensinou a apreciar e conhecer melhor os vinhos. Ele nos levou para conhecer as mais nobres regiões vinícolas da Espanha.
Almoço do dia das mães em 2011, com parte da família reunida, em Toro, Espanha.
Qualquer café tomado no balcão de um bar era um acontecimento com Félix. Chegava a durar uma hora pois, por incrível que pareça, sempre tínhamos assunto a tratar. Logicamente sempre aprendi mais do que ensinei.
O melhor café, e alguns dos melhores vinhos, tomávamos no restaurante Noche y Día, do amigo David Fernández.
Félix, María, Tatiana, em Aparecida, Brasil, em 2010.
O estudo do fenômeno turístico nos uniu
A maneira como nos conhecemos é interessante. Félix era professor no doutorado em turismo da Universidad Antonio de Nebrija, em Madrid. Lá trabalhava os temas das teorias do turismo e da hospitalidade, e sempre gostava de fazer aproximações à filosofia. No início de 2007, seu aluno mexicano, hoje também meu amigo, Ismael M. Rodríguez H., lhe indicou meu livro "Filosofia do Turismo; teoria e epistemologia", ainda em português. Félix em seguida me escreveu dizendo que havia lido o livro e me perguntou se eu estava disposto a discutir algumas ideias com ele. Naquele mesmo ano estávamos preparando nossa viagem à Espanha para percorrer o Caminho de Santiago de Compostela. Fizemos o caminho, mas a experiência mais marcante foi conhecer a ele e sua família.
Lançamento do livro "Principales tendencias de la investigación turística en España y Europa", de autoria de Marcelino Castillo Nechar, Félix Tomillo Noguero e Francisco José Garcia Gomez, em 2010.
Em seguida apresentei, por email, Félix ao amigo e colega de estudos turísticos, o mexicano Marcelino Castillo Nechar. Eles também se entenderam tão bem que em 2010 Marcelino fez seu pós-doutoramento na Espanha, e vocês já podem imaginar quem foi o tutor dele na Universidad Europea Miguel de Cervantes...
Félix tinha muitos amigos e colaboradores. Aqui na sala de sua casa comigo, com o mexicano Rafael Gutierrez Niebla e Francisco García.
Visita ao Brasil
Estivemos juntos em alguns congressos de turismo na Espanha, Portugal, Colômbia e Brasil. A segunda e última vez que Félix e Maria vieram ao Brasil foi a convite da Escola de Artes, Ciências e Humanidades da Universidade de São Paulo, nossa EACH-USP. Foi para a Jornada de Lazer e Turismo de 2010. Félix fez uma longa apresentação sobre megaeventos, especialmente sobre a FIFA e as possibilidades do evento no Brasil. Naquele momento ele debateu o tema do legado que o evento deixaria no país.
Félix e sua esposa María, após sua conferência em 2010 na EACH-USP.

Félix fez muitos amigos também no Brasil. Um deles, que o visitou mais de uma vez foi o Luiz Trigo.
Félix e Luiz Trigo no castelo de Peñafiel, Espanha, 2011.
Uma vez ele no Brasil, e eu querendo proporciornar a melhor experiência turística possível, perguntei a o que eles queriam conhecer do país. A resposta foi imediata: "quero ir à Amazônia e ver a floresta virgem". Ele justificou dizendo já havia estado no deserto do Saara, a região mais seca do globo, por volta de 1986, quando organizou a fundação da primeira faculdade de turismo do Norte da África, na Argélia. Queria então sentir o que era estar na região mais úmida do planeta.
Passeio do casal às margens do rio Tapajós, na confluência com o rio Amazonas, 2010.
De São Paulo voamos até Santarém, Estado do Pará. De lá fomos numa Kombi detonada a Belterra, pequena cidade americana fundada em 1928 para ser um pólo produtor de borracha. Nem bem chegamos e já fomos conhecer o rio Tapajós. Eles ficaram maravilhados com a temperatura agradável da água, com as praias de areia fina, limpa, macia, deserta... Em sua mente, eu sei, ele imaginou um grande projeto de desenvolvimento turístico local e sustentável... No dia seguinte meu pai e um amigo, que vivia na região, nos levaram para caminhar na floresta virgem e deixar a Félix e Maria abraçarem uma árvore.
Acredite: a curiosidade deles era tanta que tudo deveria ser explicado...(no meio da floresta).
Na caminhada pela mata um trajeto que duraria 30 minutos demorou 4 horas, tamanha a curiosidade deles. Lhes foi explicado o significado do nome de cada planta, de cada inseto, dos rastros que existiam, das frutas que caiam...e fotos...muitas fotos foram feitas. Ao verem uma castanheira se maravilharam, ficaram boquiabertos. 3 homens não conseguiam abraçar por completo aquela árvore.
A samauma com Rodrigo, Félix, Maria e Claudino, em 2010. Terra virgem, no meio da Floresta Amazônica.
Surpresa maior foi quando foram levados para conhecer a samauma, 'rainha da floresta'. Essa árvore uns 7 ou 8 homens não consegueriam abraçar. E assim, íamos conversando, estreitando relações, cultivando a amizade. Histórias de passeios, de conversas, de descobertas individuais iguais a esta temos muitas. Estão todas na memória, em nossas retinas, e algumas em videos e fotos.
Servindo cachaça brasileira a outro colega investigador Francisco Muñoz de Escalona y Lafuente, 2010.
Muitas histórias
Muitas histórias poderiam ser contadas, tal como aquela vez que em Salamanca, ao visitar um claustro de um colégio antigo nos vimos no meio de uma festa de gala e dela participamos provando ótimos vinhos...ou aquela vez que nos metemos nos esgotos de antigas cidades romanas, em Medina Sidonia....ou quando comemos como reis e pagamos valores de plebeus no restaurante o Cortiço, em Viseu, Portugal... ou quando fomos comer galinha caipira no interior da Espanha num restaurante caseiro e a dona nos deixou sozinhos no estabelecimento e avisou que a sobremesa estava na geladeira, pois tinha que sair por ter outro compromisso... Ou quando eu estava dirigindo seu carro em ruas com tráfego proibido no centro de Granada, Espanha, mas como éramos turistas, fomos perdoados das multas...
Com os filósofos mexicanos Napoleão Conde Gaxiola e Mauricio Beuchot, por ocasião do lançamento da revista Homo Viator. Alías, o nome 'Homo Viator' foi dado por Félix..., 2011, Valladolid.
Personalidade
Félix não se importava em estar up to date com o último celular ou computador; nem se preocupava com o novo software fosse o que fosse. Ele gostava do latim, do grego...contou-me que certa vez em Moscou fez uma conferência lendo o discurso em russo mesmo...
Almoço de comemoração à defesa de doutorado de Antonio Montecinos Torres, orientado pelo Dr. Manuel Figuerola, Universidad Antonio de Nebrija, Madrid, 2011.
Seus primeiros trabalhos ele escreveu em um máquina de escrever, logo usou um processador de texto e depois passou ao computador. Porém, continou sempre escrevendo como se estivese usando uma máquina de escrever. Utilizava tamanha força fazendo um som metálico alto, e por isso foram vários os teclados que tinham suas teclas furadas, tinham buracos, e as que não tinham buracos perdiam as letras nelas impressas.
Confesso que aos meus olhos Félix foi um homem clássico. Um dos poucos que conheci. Além disso foi generoso, íntegro e ético. Foi um investigador incansável e super curioso. Nunca desistia de encontrar uma referência a mais, um dado para complementar uma informação qualquer. Foi um investigador profundo, que ia às bases do conhecimento e não se contentava com informações de internet ou secundárias. Queria ele mesmo ler os originais dos livros traduzidos para ver se não havia algo errado...

Legado de seu conhecimento e obras
Neste momento é um pouco cedo para ter a dimensão do legado intelectual que Félix deixou.
Ele era perfeccionista, e sabia disso. Muitas de suas obras ainda estão inéditas. Entre elas está o livro "Las grandes religiones, la Biblia y el turismo", que foi apresentado em forma de conferência em 1993 em La Curuña, cujo original está aqui sob a minha mesa e que é um projeto que levarei a cabo. Esse trabalho, em impresso simples, estava perdido e tive a sorte de encontrá-lo entre os livros que foram doados à EACH.
Com outros colegas no Seminário ANPTUR 2010.
Outra obra é a própria tese de pós-doutorado que fizemos em 2011 com a colaboração de mais de 15 colegas e que está inédito.
Temos também um livro inédito sobre um dos grandes investigadores do turismo que está esquecido, Robert Glücksmann. Esse trabalho foi feito com ajuda da amiga Margret Jager, de Viena, que leu os textos em alemão e traduziu para nós.
Ele também estava envolvido num projeto internacional de pesquisa e produção científica dedicado ao tema da hospitalidade a convite da professora Ana Paula Spolon que é coordenado por ela e pelos professores doutores Luiz Octávio de Lima Camargo, Conrad Lashley. Os resultados deste projeto serão publicados nas revistas Hospitalidade e Journal of Research in Hospitality Management.
Com Keila Mota, em nossa casa, 2010, São Paulo.
No computador desktop de Félix, em sua casa, há inúmeros trabalhos escritos em espanhol totalmente inéditos. Por exemplo, o livro sobre "Fundamentos e Teoria do Turismo" que ele escreveu para dar aulas no doutorado da Antonio de Nebrija está apenas em sua máquina, sem publicação.
Creio que teremos muitas surpressas agradáveis quando tal material for publicado. Me esforçarei para que isso aconteça.
Félix ganha livro de Mário Carlos Beni e retribui com um quadro de uma Tábula Patronatus do ano 134. Seminário da ANPTUR, 2010, São Paulo.
Altruísmo e professor convidado da EACH-USP
Sua generosidade e altruísmo ficou bem evidenciado com a doação da biblioteca da antiga Escola Superior de Turismo de Valladolid, que ele fez a nós e que foi encaminhada para a EACH-USP. Você pode ler essa bonita história aqui mesmo no blogaqui outra postagem, no blog do professor Luiz Trigo, também outra postagem do professor Trigo, e no blog da TAM. São mais de 10 mil livros que ele nos doou.
Em maio de 2014 a Escola de Artes, Ciências e Humanidades da USP aprovou o processo-convite para Félix ser professor convidado entre agosto de 2014 e julho de 2015. Ele atuaria por 12 meses no curso de Lazer e Turismo e no Mestrado em Turismo da EACH-USP. Eu seria o professor responsável por ele no Brasil.

Despedida
Félix faleceu após dois meses tentando se recuperar de uma operação para retirada de um tumor no pulmão, o que acabou lhe custando um dos pulmões. 
Esta foi a última mensagem por email que ele me enviou, datada de 24 de março de 2014, tinha o título "ESTOY VIVO":
Desde finales de febrero, me estoy haciendo toda clase de chequeos médicos para ir a Brasil con vosotros con la salud bien revisada.
Hasta ahora todos los resultados han sido estupendos.
Pero, los neumólogos me detectaron un nódulo de 237 mm en el pulmón derecho y me operan pasado mañana, miércoles. Si Dios quiere, el postoperatorio dura una semana. En cuanto regrese a casa, serás, Alexandre, mi querido amigo, el primero de todos en tener noticias mías.
Salud, felicidad y un abrazo tan inmenso como mi afecto por ti,
Félix

Depois disso, ainda em junho de 2014, tive a oportunidade de estar em sua companhia em Valladolid. Desfrutamos juntos. Conversamos, mas aquilo não foi uma despedida. Quando o deixei, ele estava mais animado e eu acreditava que ele fosse se recuperar. Dois dias depois que o deixei ele sofreu uma parada cardiorespiratória e ficou em coma induzido. Saiu do coma, mas seu pulmão não suportou. Faleceu com um sorriso na face, escreveu-me sua filha María.

Homenagens
Muitas foram as homenagens pela passagem de Félix. Aqui está um post da Compañia DyD, e abaixo uma publicação do professor Carlos Belloso, no jornal Norte de Castilla.

Homenagens de seus amigos e mensagens foram inúmeras. Eu recebi e-mails de tristeza de gente de Cuba, República Dominicana, Costa Rica, México, Colômbia, Chile, Austrália, Portugal, Espanha, Reino Unido, Áustria e Brasil.
Amanhã, 10 de julho, fará 7 anos que nos encontramos pessoalmente pela primeira vez. 
Celebraremos com um bom vinho da Ribera del Duero. Beberemos em sua memória, Dom Félix, pois da nossa memória você não sairá.
Fiz essa foto num aparato de espelhos na FITUR de 2010, em Madrid.

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* Fonte da Citação no início da postagem: TOMILLO NOGUERO, Félix. La hospitalidad como condición necesaria para el desarrollo local. Revista Hospitalidade. São Paulo, v. X, n. 2, p. 161 - 212, dez. 2013.

quarta-feira, 25 de junho de 2014

Mesmo quando tudo estiver perdido, existirão os amigos

Postado por Alexandre Panosso Netto

Graças à amizade estão presentes os ausentes, 
os pobres são ricos, 
os covardes ficam valentes e, 
o que é mais incrível, 
os mortos vivem.
(Dizem que é de Cícero).

Os amigos de mais longa data que tenho conheci em 1988 e deste então já se passaram 26 anos. Aprendi a cultivar amizades quando saí da casa de meus pais para estudar quando eu tinha 14 anos. Nunca mais voltei a viver com eles, porém conheci muitas pessoas, algumas delas, hoje, grandes amigos.
Da esquerda para a direita, em pé: Moacir, Alberto, Wilton, Ronaldo, Roni, Edmilson, Josemar, Edson, Joselito, Valdir,  Maurílio, Dionísio e Djalma. Abaixados: Alexandre, Edson, José, Lusanildo e Erivaldo. 
Foi para reencontrar alguns de meus melhores amigos dos tempos de meu segundo grau e dos tempos de faculdade de Filosofia que fui a Campo Grande, Mato Grosso do Sul, no último domingo, dia 22.
A iniciativa para a realização do encontro foi do Jacir Zanatta e da Blanca Martin, ambos professores na Universidade Católica Dom Bosco-UCDB, instituição na qual todos os homens presentes no evento estudaram ou trabalharam.
Aqui com as digníssimas.
Creio que este grupo é muito unido pelo passado em comum que tem. Estudamos filosofia, viemos do interior, sabemos das dificuldades pelas quais passamos e temos ou tivemos um vínculo com a UCDB e com a Capital Morena (Campo Grande). (O evento foi na área social dos docentes da UCDB...).
Descontração na hora da comida.

As meninas também marcaram presença.
Esse grupo hoje atua nas mais diversas áreas, entre elas funcionalismo público, professores secundaristas ou universitários, área jurídica, psicologia e ONGs de cunho social.

O encontro foi bem descontraído, com as crianças jogando bola, as mulheres se conhecendo e colocando a conversa em dia e os homens relembrando os tempos idos embalados por água tônica e refrigerante (essa última parte foi mais ou menos assim...).

Uma imagem ilustra bem a diversão local: O Felipe, filho do Moacir e Gislaine, atravessou correndo no momento da foto. Ficou super engraçado e reflete bem o espírito criança dele e de todos nós que um dia já fomos assim...dá até saudades.

Felipe, no momento em que atravessa saltando na frente do grupo.
O próximo encontro ficou marcado para 6 de junho de 2015 na cidade de Campo Grande, em local a ser definido. A equipe organizadora foi formada por Jacir Zanatta e Silvia Santana; Moacir Menin e Gislaine Menin; Edson Xavier e Blanca Salvago; Lusanildo R. de Almeida e Eliane B. de Almeida; Maurílio da Silva e Patrícia Mara da Silva.
Há muitos outros amigos que poderão participar. Há muito mais histórias para contar. É, amigos, estamos ficando velhos e o preço da experiência é a idade...
Nos vemos em 2015!