quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Historical Archive on Tourism faces shut-down

Postado por Alexandre Panosso Netto
O objetivo desta postagem é aumentar o número de manifestações contrárias ao possível fechamento do Historical Archive on Tourism - HAT, que está na Freie Universität Berlin. Se você puder ajudar, enviando um e-mail aos diretores da Freie Universität Berlin, agradeço.

Abaixo reproduzo mensagem publicada em http://h-net.msu.edu/cgi-bin/logbrowse.pl?trx=vx&list=H-Travel&month=1110&week=d&msg=UXc1BI0hjTES7DJQXWZ%2bSw&user=&pw=
sobre o possível fechamento do HAT.
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Subject: Historical Archive on Tourism faces shut-down
Recently the German government had a competition among the universities to choose the ten most “excellent” ones. Among the happy few, gaining millions of extra funds, was the Berlin Free University (Freie Universität Berlin). At this university, in the late 80s an archive was founded that was to gather materials concerning travel and tourism. Starting on a rather small scale but constantly enlarged, the Historical Archive on Tourism (HAT) has since become a unique institution in this field. On its shelves, which take up 0.5 kilometer, you can find more than 200 periodicals and more than 10,000 books from the 18th century to the present, like Baedekers, travelogues, statistics or early studies in tourism science. In addition, and probably the most valuable part, there are lots of ephemera, above all more than 50,000 flyers organized according to countries and travel agencies, and also posters, photo albums, maps, and unprinted archive materials. (See briefly with a link to the HAT’s homepage: http://en.wikipedia.org/wiki/Historical_archive_on_tourism

Each year more than hundred researchers from all over the world come to the HA seeking additional or critical sources and advice for their studies, and up to now virtually no one went home without having struck gold. Alas, the prophet is without honour in his own country. The Free University, excellent as it is, has decided to get rid of this excellent institution. While the staff has long since been financed by the tourist industry, namely the Willy Scharnow Foundation, the university pays for the overhead, e.g. the rooms. These costs amount to some $20,000 per year – a rather managable sum one might think. However, always in search of money and space, the administration had the brillant idea to cancel the agreement with the Scharnow Foundation and “pack” the well ordered half kilometer of archival material “in boxes” and pile them in a seminar room. In other words: the university wants to close the HAT down, and in addition risks substantial damage to the archive’s organization and physical integrity.
Those readers who are stunned by this narrowmindedness are encouraged to express their disagreement with the Free University’s executive board http://www.fu-berlin.de/en/universitaet/organisation/gremien/index.html

All languages welcome.

Hasso Spode (spode@hasso-spode.de)
Shelley Baranowski and Bertram Gordon, co-editors, H-Travel
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Abaixo reproduzo íntegra da mensagem que enviei à lista de discussão da ANPTUR (www.anptur.org.br) buscando mobilização.

>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>Prezados colegas da lista ANPTUR.
Saudações!
Acabo de receber a notícia do prof. Dr. Hasso Spode de que o Historisches Archiv zum Tourismus (HAT) - Freie Universität Berlin (Willy-Scharnow-Institut), PODERÁ SER FECHADO, ENCAIXOTADO E, PROVAVELMENTE, VENDIDO EM PARTES, o que acarretaria a perda da unidade do arquivo.
Não sei se alguém já teve a oportunidade de lá estar, mas o HAT trata-se de  importantíssimo arquivo histórico e teórico do turismo. Possui materiais de alta qualidade desde o século XIX, XVIII e até anteriores.
Neste sentido, o prof. Spode solicita apoio ao NÃO FECHAMENTO do HAT. Ainda há uma chance, qual seja: a sensibilização dos diretores da Freie Universität Berlin.
Para isso, seria necessário que aqueles que apoiam esta causa, escrevessem, em qualquer idioma, aos diretores da universidade e ao próprio Spode:

Dr. Peter-André Alt: praesident@fu-berlin.de
Prof. Dr. Monika Schäfer-Korting: vp1@fu-berlin.de 
Prof. Dr. Hasso Spode: hasso.spode@gmx.de

Abaixo webs que esclarecem o tema:




Aos que quiserem ajudar, sugere-se que passem adiante a mensagem para outras listas, colegas, pesquisadores, interessados no tema, Facebook, etc. Mobilização é importante.

Muito obrigado.
Alexandre Panosso Netto

sábado, 22 de outubro de 2011

Como começar bem um sábado - curso de gastronomia

Postado por Alexandre Panosso Netto

Depois de uma semana com banca de doutorado, viagem, pesquisa para o projeto que estamos fazendo, reunião de estudo (trabalho), revisão de nosso novo livro em espanhol, início da escrita de meu novo romance e leituras, hoje foi o dia para mudar de foco. E sempre precisamos disso.
Outra vez no Ramiro's, mas desta vez no laboratório.
Fomos fazer o "Curso de cocina de tapas de cine con grandes películas gastronómicas", no Ramiro's Taller de Cocina, aqui em Valladolid.
Esta é a vista que temos do oitavo andar do Museu da Ciência de Valladolid, local do Taller Ramiro's. Nada mal, né.
O tema foi o de pratos especiais que aparecem em filmes variados. O professor foi o Jesus, a mente criadora  Ramiro's. Já nos conhecíamos, pois ele é também sócio, junto com um amigo nosso, de outro  restaurante que já visitamos  (ver: http://panosso.blogspot.com/2011/07/restautante-ramiros-valladolid.html).
Jesus em aula prática.
O curso se baseava em aprender a preparar os pratos específicos de seis filmes. Estiveram presentes 15 alunos, interessados no tema da gastronomia.
Chef e alunos.
Aprendendo a fritar um foie.
O curso demorou quase três horas, e depois fomos ao restaurante, para provar o resultado, conforme abaixo:
Filme: LA CAMARERA. Prato: Quiché de jamón ahumado y queso brie.
Filme: AMORES Y SABORES. Prato: Crema de lagosta sin nata.
Filme: COME, REZA, AMA. Prato: Alcachofas a la judía.
Filme: ESTÓMAGO. Prato: Guisado de gallina con arroz y leche de coco (já comido pela metade, a fome foi maior do que a vontade de fazer a foto...).
Filme: TAPAS. Prato: Foie al Oporto reducido con sake. 
Filme: CHARLIE Y LA FABRICA DE CHOCOLATE. Sobremesa: Piruletas de chocolate.
Vinhos branco e tinto (Zarabanda, da casa), para acompanhar.
Vou contar a verdade: estava tudo muito bom. O vinho branco para iniciar e o tinto depois casaram muito bem com os pratos. Ao final teve o café, claro. 
A vista do décimo andar, aonde está o restaurante, é muito bonita, mas o próprio espaço é interessante, com esta adega de fazer inveja:
Adega com dezenas de rótulos, entre eles Chateau Petrus (várias garrafas), Vega Sicilia (inúmeras garrafas), Mauro, Pintia, Arzuaga, Museun, Cepa 21, Pedrosa, Zarabanda, Pago de Carraovejas, Matarromera, Protos, Prado Rey...são os que lembro no momento...
O próximo curso é sábado que vem. A contar pelo de hoje, já temos programação daqui a sete dias.
Além do mais, amanhã entrará no menu o pão de queijo, isso mesmo, aquele de Minas. Vamos matar a saudade do Brasil já, já.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Doutorado em Turismo na Universidad Antonio de Nebrija (Madrid)

Postado por Alexandre Panosso Netto

A Universidad Antonio de Nebrija, em Madrid (http://www.nebrija.com), oferece o curso de Doutorado em Turismo, de acordo com a legislação do Espaço Europeu de Educação Superior. Trata-se de um dos mais importantes programas de pós graduação em turismo da Península Ibérica, e um dos grandes em idioma Espanhol (http://www.nebrija.com/programas-postgrado/doctorado/doctorado-turismo/doctorado-turismo.htm). Também é programa qualificado pela OMT pelo TedQual.UNWTO.

O coordenador do programa é o prof. Dr. Manuel Figuerola, em minha opinião, o maior economista do turismo na atualidade. Dr. Figuerola desenvolve, e desenvolveu, abordagens inovadoras na economia do turismo de igual maneira como fizeram Angelo Mariotti, Michele Troisi e Alberto Sessa. Sua grande teoria, e  também a mais conhecida é a das "Tablas input-output de la economía turística". Uma sugestão: se você é estudante de turismo e não conhece isso, busque conhecer esse tema.

Os professores do programa são os conhecidos Dr. Juan Ignacio Pulido, Gregorio Méndez, Venancio Bote e Félix Tomillo entre vários outros.

Foi neste doutorado que no dia 18 de outubro, ontem, tive a oportunidade de participar de uma banca de defesa de tese, ou como eles chamam aqui, um "Tribunal". Fui convidado por Dr. Figuerola, orientador da tese.

O doutorando era o mexicano Antonio Montecinos Torres, conhecedor da gastronomia de seu país, da Ibero-América, e de vasta região da Europa, com estudos em Cornell University e com experiência em consultoria gastronômica. Sua tese, de 451 páginas, levou o seguinte título:

Planificación, alternativa necesaria ante la improvisación en el desarrollo del turismo gastronómico. Modelo de planificación gastronómica y turística regional.
Montecinos antes de sua defesa doutoral.
Aqui o sistema de defesa das teses é um pouco diferente do que no Brasil. O orientador, por exemplo, não faz parte da banca. O acadêmico pode ter os seguintes conceitos: "no apto", "aprobado", "notable" e "sobresaliente". Se a tese for espetacular, a banca pode ainda outorgar a menção "cum laude". Além disso, é fato que o acadêmico aprovado, convide a todos os membros da banca, professores e quem mais desejar, para um grande almoço festivo.

Após trinta minutos de apresentação da tese por parte do doutorando, a banca faz as devidas considerações e perguntas, o acadêmico contesta, argumenta, se explica etc. e tal ao final ainda é aberto para os membros da platéia que tenham título de doutorado para emitirem opinião. Tudo isso está regulado pelo Real Decreto 56-2005, de 21 de janeiro. Ou seja, trata-se de uma lei nacional na Espanha.
Após a defesa, a foto "oficial", com o novo doutor: esquerda para direita: Dr. Montecinos, Dr. Figuerola, eu,  Dr. Juan Elorduy Trifol, Dr. Alfonso Esteban (presidente da banca), Dr. Juan J. Fernández Muñoz e Dra. Trinidad Cortés Puya.
Montecinos foi aprovado com o destaque "sobresaliente", e fomos todos comemorar, a convite dele, num restaurante mexicano. Momento de confraternização e alegria:
Tequila, sangrita, cerveja, vinho, comida mexicana...

...o clima era de descontração.
Orientador e orientando, novo doutor.
Felicito ao Dr. Figuerola por seu aporte e trabalho desenvolvido no campo do turismo e sua atuação prática na Espanha e em inúmeros países da Ibero-América. Além disso, agradeço pelo honrado convite para participar da banca de ontem.
Felicito a Antonio Montecinos por seu título de doutor e estimo grandes realizações no campo da gastronomia e do turismo em seu querido México.

domingo, 9 de outubro de 2011

Enoturismo: vindima, uvas, vinhos e turismo

Postado por Alexandre Panosso Netto e Tatiana Lima Sarmento Panosso
As massas de turistas a cada dia buscam o novo, o interessante, o que lhes aporta experiências inesquecíveis. Assim é com o enoturismo - a prática turística em áreas ou temas relacionados ao vinho, sua produção, comercialização, provas, entre outros aspectos.
Uva Tempranillo, ou Tinta del País, na Pago de Carraovejas.
Recentemente tivemos a oportunidade de conhecer uma das mais emblemáticas vinícolas da Ribera del Duero e da Espanha, a Pago de Carraovejas (http://www.pagodecarraovejas.com/).
Entrada da vinícola.
O convite nos foi feito por um dos donos da vinícola, o senhor Alfredo. Mas não foi um convite qualquer, pois trata-se da época da vindima - período de colheita das uvas. Além do mais, a vinícola não recebe turistas. Ainda não. (Vendimia em espanhol; em português usa-se dizer também vindimia ou mesmo vendimia).
Senhor Alfredo com o cacho de uvas que oferecia à Tatiana e ao nosso amigo Félix.
Tivemos também a oportunidade de conversar com o Pedro, o enólogo e também proprietário. Na foto abaixo ele nos presenteia com uvas brancas, que não são as usadas para a produção de vinhos. Esses cachos provêm de uma cepa de outra espécie que se criou no meio das Tempranillo, e não serve para nada, apenas para comer. Estavam docinhas.
Tatiana, Alfredo, Pedro e Félix.
Tivemos a oportunidade de conhecer todo o processo de produção do vinho, desde uma panorâmica de toda a área do campo, ...
Perspectiva de parte dos 130 hectares de videiras da casa vinícola. Ao fundo, acima da montanha, o castelo de Peñafiel, construído no século XIV.
... do processo de colheita dos cachos, ...

... (do qual também pudemos 'participar') ...
Tatiana com o primeiro cacho de uvas colhido em sua vida.
... e ouvir as explicações técnicas sobre a colheita...
José Antônio (o "Granado"), um dos vendimiadores, que nos explicou vários aspectos da colheita [Muchas gracias, José!]. 
... acompanhando os trabalhadores...

... que cortam e colocam as uvas no trator...

... que fica repleto do valioso grão.
Repare, outra vez, o castelo ao fundo.

Na área de produção os grãos são separados dos cachos mecanicamente...

... e colocados para fermentar (a primeira fermentação) em grandes cubas de aço inoxidável...
Uvas em pleno processo de fermentação. A cor, o sabor, o barulho e o cheiro são únicos.
... que depois de separados  - líquido e bagaço - vão um para cada lado. O líquido com álcool, já considerado vinho, passará pela segunda fermentação em outras barricas...
Barricas de carvalho.
... e o bagaço vai para uma prensa para dali ser tirado o "vinho de prensa", de qualidade inferior.
Prensa do bagaço já fermentado, para um vinho de qualidade inferior. O bagaço depois serve como adubo.
Depois disso, o líquido de primeira qualidade, é conservado em barricas de madeira de até 225 litros para ganhar corpo, intensidade, cor, sabor, aromas, etc.
Aqui somente barricas novas de carvalho - francês ou americano. Quanto mais novas, mais qualidade ao vinho as barricas aportam.
Quando o enólogo acredita que o vinho já está com a qualidade desejada, ele é engarrafado nesta máquina...
Engarrafadora.
... e volta a descansar nos grandes salões escuros com temperatura - 15 graus -  e umidade - 70 a 80% - controlados. Esse processo é necessário para o vinho amadurecer e chegar ao ponto ótimo de consumo.
Algumas das centenas de milhares de garrafas que estão tranquilamente descansando na adega, antes da comercialização.
Somente depois disso as garrafas são etiquetadas, encaixotadas e postas à venda.
Cada garrafa uma experiência, um momento e uma etiqueta com número único.
OUTRAS INFORMAÇÕES:
A vinícola Pago de Carraovejas está ampliando, mais uma vez, suas instalações e no ano que vem estará aberta para visitação turística
A produção anual, dependendo da decisão do enólogo, das condições das uvas, e outros fatores, pode chegar a 700 mil garrafas, ou até um pouco mais.
Tivemos a oportunidade de conhecer também o laboratório químico e outras entranhas da vinícola, por motivos óbvios não vamos publicar as fotos.
90% da produção da vinícola é consumido na Espanha. Somente 10% é exportado.
Os trabalhadores do campo, na época da vendimia, vêm de vários países europeus.
Foto da Pago de Carraovejas feita de cima do castelo de Peñafiel.
PREÇOS AQUI NA ESPANHA (Para preços do Brasil multiplique por 3, ou até por 4).
Pago de Carraovejas Crianza 2008 - 25 Euros (o mais barato de todos)
Pago de Carraovejas Reserva 2007 - 45 Euros
Pago de Carraovejas Cuesta de las Liebres 2005 - 110 Euros

PORTANTO:
A cada vez que apreciar um vinho com a família e amigos, lembre-se do trabalho que dá para produzir cada garrafa e aprecie com moderação!
No momento desta postagem estamos apreciando esta garrafa acima. Está boa de madeira, lembra frutas vermelhas, como amoras e morangos. Também tem um pouco de anis e a lágrima escorre contente pelas beiradas da taça. De cor intensa. Entra leve e ligeiro. É preciso ter cuidado...