quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

CAPES aprova Mestrado em Turismo na USP

Postado por Alexandre Panosso Netto

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), publicou hoje, 18 de dezembro, a aprovação do Mestrado em Turismo da Universidade de São Paulo-USP (www.capes.gov.br).
Este mestrado soma-se aos mais de 240 Programas de Pós-Graduação (Mestrados e Doutorados) já existentes na Universidade de São Paulo nas mais diversas áreas e aos 7 programas de mestrado e 1 de doutorado na área de turismo oferecidos no Brasil.
O Mestrado em Turismo da USP tem como sede a Escola de Artes, Ciências e Humanidades-EACH. Está formado, inicialmente, por 8 docentes da EACH e 4 docentes da Escola de Comunicações e Artes-ECA (berço dos estudos turísticos na USP).
EACH-USP, vista aérea. Sede do novo Mestrado em Turismo.
Lista de docentes do Mestrado em Turismo da USP:
Corpo docente permanente:
Alexandre Panosso Netto
Cynthia Harumy Watanabe Corrêa
Debora Cordeiro Braga
Edegar Luis Tomazzoni
Edmur Antonio Stoppa
Karina Toledo Solha
Luiz Gonzaga Godoi Trigo
Reinaldo Miranda de Sá Teles
Ricardo Ricci Uvinha
Sidnei Raimundo
Corpo docente colaborador:
Luiz Octávio de Lima Camargo
Mirian Rejowski

O projeto do Mestrado em Turismo surgiu a partir de reflexões e debates entres os docentes da EACH e ECA que amadureceram a proposta após longas conversas e estudos durante o segundo semestre de 2012 e primeiro semestre de 2013. Veja aqui regulamento do programa: http://www.prpg.usp.br/wp-content/uploads/norma-CCP-Turismo-EACH.pdf

O mestrado tem uma área de concentração: Desenvolvimento do Turismo, com duas linhas de pesquisa que se inter-relacionam: Linha 1 - Turismo: Conhecimento e Tendências e; Linha 2 - Turismo: Processos e Inovação.

O objetivo geral do Programa é "Proporcionar, ao acadêmico, conhecimentos para análise sistêmica da realidade, com base nos paradigmas de socialização das responsabilidades e das oportunidades do desenvolvimento do turismo."
Cinco objetivos específicos são propostos, sendo eles: 
"1) Capacidade crítica nas avaliações e criatividade nas propostas de formação e qualificação profissional no contexto interdisciplinar da educação em turismo.
2) Condições de atuar no campo socioeconômico para soluções de problemas da
qualidade da oferta e das limitações da hospitalidade das comunidades locais.
3) Visões inovadoras das tendências para criação de produtos, de serviços, de atrativos e de prospecção de mercados turísticos.
4) Habilidades de apoiar articulações de atores e de criar condições ambientais favoráveis para a atuação integrada e participativa das organizações no desenvolvimento das redes e dos segmentos turísticos.
5) Capacidade de contribuir para a consistência e eficácia das políticas e dos projetos     das organizações públicas do turismo."

Inicialmente estão propostas 13 disciplinas para o curso, sendo as duas primeiras obrigatórias e as demais optativas:
Investigação em Turismo (Obrigatória)
Teoria e Fundamentos do Turismo (Obrigatória)
Políticas de Lazer e Turismo
Produção Científica em Turismo: Avanços e Desafios
Formação e Qualificação Profissional em Turismo
Lazer, Cultura e Sociedade
A Viagem: Concepções Filosóficas e Culturais
Ética, Hospitalidade e Turismo
Inovações Tecnológicas no Turismo
Análise Mercadológica e Gestão de Empresas Turísticas
Gestão Regional do Turismo
Turismo Urbano: processos espaciais e sustentabilidade
Lazer e Turismo em Áreas Protegidas

Em breve teremos um web site específico do programa na página da pós-graduação da EACH-USP.

Aos interessados em fazer este mestrado, sugiro que vão preparando seu projeto de pesquisa e estudando. Após o recesso de férias será publicado o edital de seleção de novos alunos. O processo seletivo constará de três etapas de avaliação:
1. Prova escrita de conhecimento teórico e de construção argumentativa;
2. Exame de proficiência em línguas (inglês, francês ou espanhol) e;
3. Avaliação do projeto de pesquisa e currículo.
Não posso deixar de dizer que estamos todos muito contentes com esta aprovação. Nosso anseio é que este Programa de Pós-Graduação ajude no fortalecimento da pesquisa em turismo no Brasil e que seja uma porta e oportunidade para a ótima formação de recursos humanos críticos no campo do turismo e áreas afins.
Deixo meus parabéns e agradecimento à equipe de professores e técnicos administrativos da EACH e da ECA que ajudaram e se empenharam na realização do projeto. Muito trabalho está por vir. Um novo ciclo se inicia!
Que venha 2014!!

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Carta do Turismo Sustentável da Amazônia Legal

Postado por Alexandre Panosso Netto

Entre 12 e 14 de agosto passado foi realizado em Belém o I Congresso de Turismo, Hospitalidade, Gastronomia da Amazônia Legal.
O evento foi coordenado pela CNTur - Confederação Nacional do Turismo e contou com 540 inscritos e representantes dos nove Estados que compõe a Amazônia Legal.
Estive presente falando sobre o turismo de interesses especiais e o desejo de conhecer a Amazônia.
As discussões geraram muitas reflexões e foi escrita a "Carta do Turismo Sustentável da Amazônia Legal", que reproduzo abaixo, com autorização do professor Mario Carlos Beni.


Uma das mesas do congresso. 

                                                               
CARTA DO TURISMO SUSTENTÁVEL DA AMAZÔNIA LEGAL

Convergência para desenvolver o turismo sustentável com identidade própria

UNIR A AMAZÔNIA PARA ABRAÇAR O BRASIL
As entidades de turismo sob o manto da CNTur – Confederação Nacional do Turismo, com apoio institucional do Governo do Estado do Pará, através da Secretaria de Estado de Turismo, reuniu no período de 12 a 14 de agosto, na cidade de Belém-PA, representações empresariais e públicas dos nove estados que compõe a chamada Amazônia Legal, no I Congresso de Turismo, Hospitalidade, Gastronomia da Amazônia Legal.
O objetivo foi discutir e dar uma identidade própria a essa área continental, especialmente no que tange ao desenvolvimento do turismo como fator econômico, social e sustentável, e consolidar a integração das instituições públicas e privadas da região amazônica em favor do turismo regional.
A região Amazônia é uma floresta urbanizada, com 69.7% de seus 20 milhões de habitantes vivendo em núcleos urbanos. É um continente verde admirado pelo mundo, com cerca de 7.81 milhões de km2 equivale à metade da América do Sul, estende-se por oito países: Brasil, Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia, Equador, Suriname, Guiana e um território Frances – Guiana Francesa. Cerca de 70% a região fica em território brasileiro, onde ocupa cerca de 5 milhões de Km2, aproximadamente 61% da área total do país, abrigando mais de dois terços das fronteiras terrestres brasileiras.
A estrutura e sua economia se transformaram com a industrialização, sendo hoje a região que ocupa o segundo lugar no país na exploração mineral e o segundo na produção de bens de consumo duráveis. No entanto carece de uma identidade própria, em razão de uma multiplicidade de percepções internas e externas ao território, Isto é, diferentes formas de ver e como é visto, para se caracterizar, pelas suas diversidades, como um polo turístico convergente, para se integrar dentro dos destinos mundiais de interesse turístico.
O foco principal das discussões tomou como referência as seguintes premissas:
As políticas públicas devem contemplar:
o   Sustentabilidade social – com a implantação de infraestrutura básica de acessibilidade; inclusão social – com destaque do modus vivendi das comunidades indígenas e populações tradicionais, elemento fortemente presente no imaginário do turista internacional, indicando o ecoturismo como um dos segmentos de maior interesse mercadológico;
o   Sustentabilidade econômica – Avaliação da atividade turística como alternativa estratégica de desenvolvimento sustentável para a região amazônica, justificando-se pelo potencial de sua oferta diferencial e pelo crescente interesse de mercados consumidores mundiais pela Amazônia;
o   Sustentabilidade ambiental – assegurar a imperiosa preservação do bioma Amazônia como coração ecológico do planeta.
o   Sustentabilidade institucional, com instâncias de governança regional que promovam ações interestaduais e internacionais.
Com base nessas premissas, foram aprovadas as seguintes propostas e  instrumento de ação:
o   Constituir e consolidar rede e instâncias governamentais e de cooperação técnica e financeira internacional e regional, que pesquisem, planejem e atuem com diretrizes e eixos  estruturantes para o desenvolvimento da Amazônia;
o    Mobilidade regional - assegurar conectividade e mobilidade, permitindo à região comunicar-se internamente com o resto do país e do exterior;
o   Malha aérea nacional e regional – reduzir taxas aéreas portuária, criando uma malha aérea regional integrada entre os estados e os países limítrofes, com maior frequência de voos. Inclusive a adoção de  code share, com redução das tarifas, do ICMS sobre combustível;
o   Logística intermodal de transporte – estabelecer plano regional de logística intermodal de transportes – aéreo, marítimo fluvial, terrestre e ferroviário;
o   Malha rodoviária regional – priorizar a conclusão da malha rodoviária nos eixos estratégicos de desenvolvimento regional e conexão entre as 9 capitais da região da Amazônia Legal, bem como as ligações com os 8 países fronteiriços
o   Estimular atividades que contribuam para a conservação dos recursos naturais, geração de emprego e renda e oportunidades para a conservação dos recursos naturais;
o   Internacionalidade – Integrar a Amazônia Legal à chamada Pan Amazônia, unindo a parte brasileira aos 8 países que a compõem, para promoção externa do turismo para a região, internacionalizando o produto;
o   Rede de pesquisa – criar centro de pesquisas, com observatórios e laboratórios de estudo, de preferência junto às Universidades e IFFS, para acompanhar e monitorar e avaliar o processo de planejamento e desenvolvimento da área, criando e consolidado banco de dados que possam contribuir para definição de políticas públicas de turismo sustentável;
o   Qualificação e requalificação – maior financiamento para qualificação profissional, acadêmica e de gestão, em curso de graduação e pós-graduação.
o   Informação integrada – criação de um sistema interorgacional das instituições, empresas, organizações sociais e órgãos públicos que atuem no desenvolvimento do turismo regional.
o   Plano estratégico regional – conscientização das instâncias de governança regional para a necessidade de elaboração de plano estratégico de desenvolvimento turístico regional, com plano de marketing correspondente;
o   Conselho Regional do Turismo da Amazônia – Criação de um Conselho Regional para discutir e disciplinar as políticas de turismo regional;
o   Passaporte Amazônico – reativar o Passaporte Amazônico, com criação de uma marca de marketing nacional e internacional forte e respectiva logomarca.
INSTRUMENTO DE AÇÃO
Programa de investimentos – estabelecer instrumentos concretos que se constituam em mecanismos operacionais que possam transformar a AMAZÔNIA TURÍSTICA POTENCIAL em AMAZÔNIA TURÍSTICA – DESTINO CONSOLIDADO, propondo programa de investimentos, no âmbito do Ministério do Turismo, com orçamento específico, devendo se constituir no verdadeiro PAC do Turismo Sustentável da Amazônia Legal.         
                                                                                                                     Belém, 14 de agosto de 2013
Plenário do I Congresso de Turismo, Hospitalidade, Gastronomia da Amazônia Legal.

sábado, 20 de julho de 2013

II Simposio Internacional de Investigación en Turismo y III Nacional de Semilleros de Investigación "Innovación, Hospitalidad y Desarrollo Local"

Postado por Alexandre Panosso Netto

Segue divulgação de evento. Nosso grupo de pesquisa está ajudando a organizar e promover. Pretendemos estar presentes.
Não há site do evento.
Caso tenha interesse em maiores informações a programação completa está aqui: "II Simposio Internacional de Investigación en Turismo".

El Grupo de Investigación para la Animación Cultural MUISUATA –Escuela de Administración Turística y  Hotelera – UPTC, Duitama; el Grupo Interdisciplinario de Investigaciones Arqueológicas e  Históricas de la UPTC Tunja; el  Grupo de Investigación Empresarial y Turístico GIET de la Institución Universitaria Colegio Mayor de Antioquia; el  Grupo de Investigación Competir - Fundación Universitaria  los Libertadores; el Centro de Investigación y Estudios Turísticos (CIETUR)  de la Universidad Autónoma del Estado de México; el  Grupo de Investigación "Pesquisa, Educação e Atuação Profissional em Turismo, Lazer e Hospitalidade", da Escola de Artes, Ciências e Humanidades. Universidad de Sao Paulo - Brasil; la  Universidad de Camagüey, Cuba; la  Cámara de Comercio  y Alcaldía Municipal de Duitama hacemos una fraterna invitación a participar como asistente o ponente al


II Simposio Internacional de Investigación en Turismo y III Nacional de Semilleros de Investigación "Innovación, Hospitalidad y Desarrollo Local"


Fecha: Octubre 2, 3 y 4 de 2013

Lugar:ESTELAR PAIPA HOTEL & SPA Y CENTRO DE CONVENCIONES
Paipa - Boyacá - Colombia

Cordialmente,
NOHORA ELISABETH ALFONSO BERNAL (alfonsina96@yahoo.com.ar)
MARCELINO CASTILLO NECHAR
Grupo de Investigación para la Animación Cultural Muisuata    
Centro de Investigación y Estudios Turísticos – CIETUR
Uptc - EATH  Duitama          
UAEM, México
 
Coordinadores Generales 
II Simposio Internacional de Investigación en Turismo y III Nacional de Semilleros de Investigación
PAOLA CAROLINA GAMA GRANADOS
Grupo de Investigación para la Animación Cultural Muisuata 
Uptc - EATH  Duitama
Secretaria Ejecutiva

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Para a pessoa que se diz pesquisadora mas nunca publica nada

Postado por Tatiana Panosso e Alexandre Panosso

Seus problemas de pseudo intelectual acabaram!
Já foram inventadas várias geringonças na internet que constroem um "artigo científico" sem pé nem cabeça a partir de poucos dados ou poucas palavras.
Esse mecanismo é ideal para a criatura que se diz pesquisadora mas não consegue publicar nada. Então ela entra no site, digita lá algumas palavrinhas relacionadas à área de conhecimento que ela acha que está inserida, e "tchan!", ali está o artigo embromation.
Alguns exemplos de sites:

1. O fabuloso gerador de lero lero (http://www.dicas-l.com.br/lerolero/#axzz2Z81FJ3Kc). Colocando nele palavras como política e mercado, ele te dá, dá mesmo, assim, de graça, pérolas, tais como: "Gostaria de enfatizar que a adoção de políticas descentralizadoras é uma das consequências das formas de ação. É claro que a valorização de fatores subjetivos causa impacto indireto na reavaliação do levantamento das variáveis envolvidas."


2. No SCIgen - An Automatic CS Paper Generator (http://pdos.csail.mit.edu/scigen/) é possível ter com o nome de Pablo Neruda e Julio Mesquista o artigo "Desconstructing XML with AnamnesticQuave". Veja as primeiras frases: "Many systems engineers would agree that, had it not been for Internet QoS [20], the emulation of hash tables might never have occurred. Given the current status of read-write configurations, steganographers predictably desire the evaluation of journaling file systems."


3. Em Essay Generator (http://www.essaygenerator.com) colocando as palavras tourism, hotel e city, ele devolveu o artigo "An essay on Tourism, hotel, city", que começa assim: "Issues surrounding Tourism, hotel, city can never be over analysed. Advancments in Tourism, hotel, city can be linked to many areas."

4. Há também o Fark. Vai lá e tenta algo: (www.fark.com)

Tá, mas a pessoa pode ficar preocupada com a publicação do falso artigo. Preocupa não! Vai lá no The Journal of irreproducible results (www.jir.bom) e tenta publicar.

Se não publicam ali, deixe de se estressar pensando na demora do resultado e manda seu artigo falso para o Journal of Universal Rejection (JofUR) (http://www.universalrejection.org/). 
Neste periódico todos os artigos são rejeitados. Sem dó. Desta forma a pessoa não fica ansiosa esperando a resposta do editor. Já sabe que não vai ser aceito mesmo. Além do mais, a pessoa que se diz pesquisadora poderá ficar com a consciência tranquila, mesmo que o artigo não tenha sido publicado, afinal, ela fez a parte dela. O problema foi do JofUR que nunca publica nada mesmo.

Viu só como é fácil a pessoa dizer que é pesquisadora de algo hoje em dia?

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Há mais de 20 anos das ruas para os livros: os caras pintadas

Postado por Alexandre Panosso Netto

Quem é nascido na década de 1980, ou anterior a esta data, viveu o movimento dos ‘caras pintadas’ de 1992. Tratava-se de um movimento liderado por estudantes que pediam a renúncia ou impeachment do presidente caçador de marajás, Fernando Collor de Mello.

Eu era estudante de Filosofia naquele ano. Estudava nas Faculdades Unidas Católicas de Mato Grosso FUCMAT (hoje Universidade Católica Dom Bosco), de Campo Grande, Mato Grosso do Sul.

Era um dia qualquer de julho ou agosto, numa manhã, perto da hora do almoço. Reunimo-nos em frente à faculdade na Avenida Mato Grosso, centro da cidade. Somávamos uns 25 estudantes de filosofia. Entre eles vários colegas seminaristas diocesanos.

Alguém subiu num banquinho, gritou algumas palavras, tínhamos bandeiras escuras e, se escondíamos o rosto era com as cores do Brasil.

Saímos de frente da universidade em passeada até o calçadão da rua Barão, mais central. Creio que eram uns mil, ou mil e quinhentos metros. Cantávamos, gritávamos, conversávamos com os pedestres, gente que trabalhava no comércio local.

Foi a primeira manifestação dos ‘caras pintadas’ na capital do Mato Grosso do Sul. Tudo coordenado por nosso centro acadêmico de Filosofia, do qual eu fazia parte.

No domingo seguinte a população de Campo Grande invadiu as ruas. Foram mais de 50 mil pessoas no protesto. As manifestações explodiram em todo o país e forçaram a renúncia aos 48 do segundo tempo.

Na rua Barão paramos em frente ao Bar do Zé. Subimos novamente nos bancos, pedimos, queríamos, exigimos, clamávamos a deposição do presidente. Aquilo era urgente, necessário, vital. Era como respirar. Lembro-me bem.

Gente que passava por lá aplaudia e apoiava; outros gritavam: “filhos de papai!”, “vai trabalhar, vagabundo!”, “encrenqueiros!”.

A tribuna (ou o banco de concreto na calçada) era livre. Todos tiveram seu momento de fúria verbal.

O motivo pelo qual nos manifestávamos também era justo; ao menos acreditávamos que era. Tudo começou pequenino em várias partes do Brasil, mas cresceu. Ninguém nesse país imaginava a dimensão que tudo poderia tomar.

Tínhamos clara consciência de tudo aquilo? Não sei.

As manifestações do momento atual, principalmente aqui na cidade de São Paulo, fizeram-me lembrar do acontecimento de mais de 20 anos.

Mas as manifestações 'daquele tempo' tinham suas diferenças:

Não tinha polícia.

Não tinha bombas.

As caras eram pintadas com as cores do Brasil.

Não havia destruição.

Não havia medo.

O trânsito fluía.

Não tinha Facebook.

… E depois de tudo, o Zé, dono do bar, ainda nos deu uma rodada de cerveja de graça.

O resto está nos livros e, hoje, nas ruas.


sexta-feira, 10 de maio de 2013

Feliz Aniversário, cidade Vera, 'Princesinha do Nortão'

Postado por Alexandre Panosso Netto

Essa postagem não é sobre turismo, mas sim sobre a cidade Vera-MT.
.........

Vivi na cidade Vera, ao norte do Estado de Mato Grosso, entre os anos de 1985 e 1987. Mantive contato estreito com a cidade entre 1988 e 2001, período em que meus pais ainda moravam por lá. Daí minha relação afetiva e histórica com a cidade.
Vista parcial da cidade. Foto que fiz de cima do telhado de uma casa, em 2008.
A cidade Vera foi fundada em 27 de julho de 1972. Sua emancipação política ocorreu em 13 de maio de 1986. Era um projeto de colonização da Colonizadora Sinop, com apoio do Programa de Integração Nacional, dos governos militares.

Segundo o IBGE, a população em 2010 era de 10.235 habitantes, numa área geográfica de 2.962,687Km2 e densidade demográfica (hab-Km2) de 3,45.

A cidade é conhecida como "A Princesinha do Nortão".
Igreja católica da cidade. Fundada em 1973 e construída pelo Padre Jesuíta Antônio Heidler. Foto de 2008.
Vou contar a história de como surgiu este apelido carinhoso para a cidade.

Tudo se iniciou com meu pai, Claudino Luiz Panosso (Nenê), em 1994, quando começamos a discutir a elaboração de um livro da história de Vera. Este livro, de minha autoria, com apoio do colega Jacir Alfonso Zanatta, foi publicado em 2000 com o título "Vera, a princesinha do nortão. Uma contribuição ao estudo da ocupação da Amazônia Mato-grossense".
Imagem aérea que copiei de http://www.ferias.tur.br/imgs/4512/vera/g_jjj.jpg
Meu pai me contou que nossa cidade natal, Frederico Westphalen, no Rio Grande do Sul, era chamada de a "Princesa do Alto Uruguai". Mas Frederico já tinha mais de 20 anos de emancipação, então, como Vera tinha poucos anos de emancipação, pensamos que o apelido de "Princesinha do Nortão" ficaria lindo e chamaria a atenção.

Igreja católica nova, 2008.
Dois anos depois, em fins de 1996, houve eleição para prefeito e foi a professora Izani Konerat que assumiu a prefeitura no início de 1997. Levamos a ideia do livro da história sobre a cidade para ela e falamos que estávamos apelidando a cidade de "Princesinha do Nortão". A Izani, com sua sensibilidade, gostou muito da ideia e passou a divulgar isso pelo município afora. Também falamos aos vereadores eleitos em 1996, pois tínhamos que divulgar a ideia do livro para conseguir apoio para sua elaboração.

Logo, todos da cidade já conheciam e usavam o apelido.
Típica cidade tranquila do interior do Brasil. Foto de 2008.
Em virtude disso, em 01 de maio de 1998 publiquei o artigo "Vera 12 anos: a princesinha do nortão", no jornal Arinos, de Nova Mutum. O jornal era distribuído na cidade de Vera pela prefeitura. Este é o primeiro registro oficial deste apelido.
Jornal Arinos, Nova Mutum-MT. 01 de maio de 1998. Página 1B. 
No final do segundo parágrafo do texto do jornal escrevi: "Vera completa 12 anos e pelo desenvolvimento já alcançado, se tornou a 'Princesinha do Nortão', como muitos a chamam e a consideram". Essa frase comprova que em 4 anos depois que batizamos a cidade ela já era conhecida por este apelido, por isso que escrevi que "muitos a chamam e a consideram".

Certa feita, falando com a Izani, há uns 10 anos, ela me disse: "Menino, não sei de onde eu tirei esse apelido para a cidade!" e eu disse: "Eu sei Izani. Foi da cabeça minha e de meu pai!" Rimos muito e ela então se lembrou daquele dia que eu e meu pai, em fins de 1996, havíamos ido à sua casa falar da proposta do livro e comentamos que o apelido da cidade seria este. Quando comentei isso, ela se lembrou perfeitamente do fato.

A Izani, como prefeita, também queria ter alguma lembrança da cidade para dar aos visitantes, políticos que vinham a Vera, ou para levar em eventos e congressos que ela participava. Então, ela pediu a um senhor que fazia artesanato na época, para ele criar algumas peças de madeira e escrever "Lembrança de Vera, a princesinha do nortão". Este senhor fazia e vendia para a Izani que dava para outras pessoas. Assim, pouco a pouco o apelido por nós criado foi sendo divulgado.

Várias pessoas presenciaram esse fato, entre elas os que ainda residem na cidade, tais como meu tio Aldoir Panosso e o amigo Vilmar Rombaldi; e os vereadores da legislatura 1997-2000, como o Egídio Wolfart, o Gilmar Moro, o Benício Boeing, o Leôncio Batisti e a Sélia Valendolf. Não sei se todos se lembram desta história, mas dela eles participaram.

Estes são alguns dos fatos sobre o tema. É o que a história conta.
Parabéns Vera por mais este dia 13 de maio, data em que comemora sua emancipação política.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Nomes dos cursos de turismo no Brasil

Postado por Alexandre Panosso Netto

Segundo o site do Ministério da Educação (http://emec.mec.gov.br/), estão ali cadastrados, e portanto são oficiais, 644 cursos de turismo no Brasil.
São cursos em três graus: sequencial, tecnológico e bacharelado. São oferecido presencialmente ou à distância (estes últimos em número reduzido).
O mais interessante é a diversidade dos nomes dos cursos. Separei somente os que tem a palavra turismo. São 26 diferentes.
Abaixo está a relação em ordem alfabética.
Há somente um curso com o nome "Lazer e Turismo", o da EACH-USP, onde trabalho.
A consulta no site do MEC foi feita no dia de hoje.

1.Gestão de Hotelaria e Turismo
2.Gestão de Negócios em Hotelaria e Turismo
3.Gestão de Negócios em Turismo
4.Gestão de Turismo Receptivo
5.Gestão de Turismo
6.Gestão e Desenvolvimento do Turismo
7.Hotelaria e Gestão de Empresas de Turismo
8.Lazer e Turismo
9.Serviços de Turismo
10.Turismo Binacional
11.Turismo Cultural
12.Turismo de Eventos
13.Turismo e Hospitalidade, Gestão de empreendimentos turísticos e em Eventos em Negócios
14.Turismo e Hospitalidade
15.Turismo e Hotelaria
16.Turismo e Hotelaria
17.Turismo e Lazer
18.Turismo e Meio Ambiente
19.Turismo Ecológico
20.Turismo Receptivo
21.Turismo
22.Turismo-Gestão da Animação Turística
23.Turismo-Gestão Hoteleira
24.Turismo-Indústria de Entretenimento
25.Turismo-Marketing do Turismo
26.Turismo-Planejamento e Organização do Turismo 

sexta-feira, 12 de abril de 2013

A pergunta certa

Postado por Alexandre Panosso Netto

?

Se me lembro bem, no livro de Jostein Gaarder, "Ei! Tem alguém aí?", há uma passagem na qual um menino se curva ao outro quando uma pergunta bem feita e inteligente lhe é feita. Perguntado porque se curvou, ele responde que é porque uma pergunta bem feita abre portas, por isso deve ser valorizada.

Bom, inicio com essa introdução para dizer da importância de se fazer a pergunta certa.
O tema da postagem começou quando conversando com um grupo de amigos, professores e autores, nos demos conta de que todos recebíamos frequentemente e-mails com perguntas um tanto fora de nexo. Algumas preciosidades me foram enviadas, e estão publicadas abaixo. Omiti nomes, datas e tudo o que pudesse identificar os envolvidos. Publico sem corrigir erros de português e outros.



As perguntas se encaixam em algumas categorias, entre elas:

1. Perguntas de folgados, como a que quer saber a resposta do exercício proposto numa publicação:
"Boa tarde, sou leitora das suas matérias, e gostaria de saber a onde esta as resposta do exercício de fixação : lista 2..por que eu fiz o exercício e gostaria de saber se estou correta, pós terminei o meu tecno de contabilidade na fundação [nome da IES], e estou estudando para o [nome do concurso]..
Aguardo sua resposta e desde já agradeço a sua colaboração e suas matéria incríveis que você escreve.
Atenciosamente."


2. Perguntas que necessitam uma tese de doutorado para serem respondidas, tais como:
"Olá! Encontrei o teu e-mail aqui:[direção de web site].
Gostaria de saber do senhor: em que medida o Turismo e o Lazer contribuem ao desenvolvimento de um país?
Dá para haver um Turismo e um Lazer que não sejam exploratórios e agreguem realmente algo à distribuição das riquezas (em vez de concentrá-las nas mãos de poucos)?
Atenciosamente,"

A resposta do professor foi a indicação de uma relação de 17 livros e artigos científicos. A pessoa se sentiu ofendida, e respondeu o e-mail com cinismo e descarramento. Veja a resposta:
"Estimado Prof. Dr. Fulano,
Agradeço-lhe pela resposta. É muito bom saber que existem pessoas profissionais como o senhor. Sim, consultarei os livros que escreveu e as outras referências bibliográficas sugeridas sobre o tema.
Mando-lhe um livro em anexo."

O livro em anexo é de autoajuda...

3. Perguntas e propostas sem cabimento algum, tal como:
"Olá professora fulana! Boa noite, como vai?? Eu gostaria de saber se vc faz ou conhece alguem que possa escrever uma monografia sobre [ tema da monografia]
Explico: minha ex-chefe, precisa entregar uma monografia para concllusão de MBA e me solicitou que a ajudasse a escrever ou a procurar alguem que soubesse fazer. Eu confesso que estou com receio de pegar esta tarefa, principalmente por não dominar o tema, e por falta de habilidade de fazer uma monografia...haja visto que fiz apenas TCC do [nome da IES] e artigo para [nome de outra IES].. rsrs ou seja, dificuldades master!!! queria saber de vc, se costuma fazer este tipo de trabalho, ou se conhece alguem, quanto custaria, etc... ela tem uma bibliografia indicada, precisa referenciar o texto e adequar a ABNT. Muito obrigada, boa noite bjos"
Sem resposta imediata, a ousadia seguiu adiante:
"Oi professora fulana! desculpa te encher de inbox...mas gostaria de saber a respeito da ultiima msg, se teria algum profissional afim de orientar na produção de uma monografia... ja tenho escrito 30 paginas sobre o tema."

A resposta da professora:
"Oi fulana não conheço ninguém... E eu, pessoalmente, não faria. Acho falta de ética, desculpe a sinceridade... Penso assim: ela faz MBA, que faça a monografia. Pagar para outro fazer é no mínimo questionável e, no máximo, crime. Beijo pra vc"

4. Perguntas que mostram que a pessoa não sabe nada do assunto e não está interessada em emprestar um livro para compreender algo, tais como:
"Olá, encontrei o seu contato em um site de pesquisa. Estou procurando sobre [tema da pesquisa área da hospitalidade]... Estou fazendo uma pesquisa para o curso. Poderia me falar um pouco sobre o assunto?"
Essa nem resposta mereceu...

5. Perguntas que já foram respondidas em vários livros da área, e que mostram preguiça da pessoa em buscar ler sobre o tema, tais como:
'O que é o turismo de experiência e qual a melhor forma da pessoa realmente aproveitar uma viagem?
- Quais motivos influenciam a escolha do destino? (relação com o lugar? curiosidade? histórico?)
- Qual a relação entre a fotografia e a viagem? É mais do que um simples registro?"


A reflexão que o grupo de colegas e professores fez é que alguns devem fazer isso porque querem sacanear mesmo. Depois copiam o texto e colocam no trabalho solicitado pelo professor.
Ademais, talvez em vez de fornecer uma lista de livros - e depois ainda ser visto como uma pessoa má, que mandou o outro ler - deveríamos simplesmente indicar um site desses que cobra pelas monografias.
Vai, pega que é tua: www.Zémoleza.com.br!!!

quinta-feira, 4 de abril de 2013

Se eu fosse você, não perderia: "VI Feira do Livro na EACH-USP"

Postado por Alexandre Panosso Netto

Se eu fosse você, não perderia.
Todos os livros com 50% de desconto.

Acabei de copiar do dados do site http://each.uspnet.usp.br/site/eventos-info.php?id=0000000667

..........

Feira

VI Feira do Livro EACH

Local: Escola de Artes Ciências e Humanidades
Data: 10/04/2013 a 12/04/2013
Hora: 09:00 às 21:00
Inscrição: comunicacao.feiradolivroeach@gmail.com(Thiago Oliveira)

Público-alvo: 

Objetivo: Será realizada na Escola de Artes, Ciências e Humanidades (EACH | USP Leste), a sexta edição da Feira do Livro. O evento acontecerá nos dias 10, 11 e 12 de abril nas dependências da Escola.

Descrição: Na feira haverá a venda de livros de diversas editoras, cujos temas são relacionados aos cursos de graduação da EACH. No evento, os livros serão vendidos com, no mínimo, 50% de desconto. A Feira do Livro da EACH também será aberta ao público.

As editoras interessadas em participar, deverão enviar email para:comunicacao.feiradolivroeach@gmail.com aos cuidados de Thiago Oliveira - Organizador.

Editoras confirmadas até 01/04/2013:

Átomo & Alínea;
Martins Fontes Paulista;
Aleph;
Pensamento;
Usina de Letras;
Unicamp;
Senac;
Record;
Bertrand Brasil;
Cia das Letras;
Estação das Letras e Cores;
Estação Liberdade;
Editora 34;
Martin Claret;
Ciranda Cultural;
Loyola;
Nova Alexandria;
Veredas;
Summus;
Lettrar;
Conrad;
JBS;
Publifolha;
Garamond;
Manole;
Nova Fronteira;
Instituto Paulo Freire;
Editora Blucher;
Musa;
Contraponto.


segunda-feira, 11 de março de 2013

A primeira frase...

Postado por Alexandre Panosso Netto

Algumas vezes escutamos que a primeira frase de um livro é a que segura o leitor até a última.
Pensando nisso, e impactado pela primeira frase de Memórias de minhas putas tristes, de Gabriel García Márquez, que acabei de ler - "No ano de meus noventa anos quis me dar de presente uma noite de amor louco com uma adolescente virgem"- resolvi buscar as primeiras frases de alguns livros que tenho aqui em minha estante.
Segue a pequena lista de jóias literárias.

"Este livro destina-se aos homens mais raros." - Nietzsche - "O anticristo".

"Comum no sangue, querida irmã, caríssima Ismene, sabes de algum mal, dos que nos vêm de Édipo, que Zeus não queira consumar em nossas vidas?" - Sófocles - "Antígona".

"Tarde implacável, estrada mais implacável ainda, desbotada sob um sol de tempestade, os veículos pesados fazem turbilhões de pó de arroz valsar; trata-se do reino sinistro do esbranquiçado." Jean-Paul Sartre - "A rainha albemarle ou o último turista".

"Um cientista, seja teórico ou experimental, formula enunciados ou sistemas de enunciados e verifica-os um a um." - Karl Popper - "A lógica da pesquisa científica".

"Aqui embaixo na terra escura
antes de irmos todos para o céu
Visões da América
Todas essas caronas
Todos esses regressos
à América
Via fronteiras mexicanas & canadenses..." Jack Kerouac - "Viajante solitário".

"Toda arte e toda investigação, bem como toda ação e toda escolha, visam a um bem qualquer; e por isso foi dito, não sem razão, que o bem é aquilo a que as coisas tendem." - Aristóteles - "Ética a Nicômaco".

"Somos um planeta vivo, Sofia." - Jostein Gaarder - "O mundo de Sofia".

"Embora nosso tempo se arrogue o progresso de afirmar novamente a 'metafísica', a questão aqui evocada caiu no esquecimento." - Martin Heidegger - "Ser e tempo" (volume 1).

"Hoje mamãe morreu." - Albert Camus - "O estrangeiro" (para mim essa a frase de maior impacto de todas; aliás, o protagonista é condenado porque não chorou no velório da mãe...).

"Até ali os tambores da Casa-Grande das Minas tinham seguido seus passos, e ele via ainda os três tamboreiros, no canto esquerdo da varanda, rufando forte os seus instrumentos rituais, com o acompanhamento dos ogãs e das cabaças, enquanto a nochê Andreza Maria deixava cair o xale para os antebraços, recebendo Toi-Zamadone, o dono do lugar." Josué Montello - "Os tambores de São Luis".

quinta-feira, 7 de março de 2013

Sobre Rankings das revistas científicas em turismo.

Postado por Alexandre Panosso Netto

Nesses dias já postei sobre esse mesmo assunto,veja aqui.
Esta semana, na EACH-USP, tivemos uma reunião para tratar dos temas do programa de Mestrado em Estudos Culturais. O programa vai bem, temos muitos alunos, muitos professores engajados e com perspectiva de boa nota na próxima avaliação.
O tema mais quente de discussão foi o das notas dadas às revistas científicas pela Capes, o adorado, ou temido, Qualis Periódicos: http://www.capes.gov.br/avaliacao/qualis.
As discussões da área interdisciplinar, na qual está o mestrado em questão, são muito semelhantes às discussões que reiterada vezes presenciei -  e das quais participei - sobre a avaliação das revistas científicas em turismo.
Por exemplo, o tema de que há certa percepção de que de fato não se avalia a qualidade do conhecimento publicado nas revistas, mas sim índices quantitativos, tais como periodicidade, idiomas, longevidade, número de artigos publicados em média por edição, diversidade de autores, entre outros fatores.
Mais. Por exemplo, revistas com classificação muito baixa não são atrativas para os pesquisadores submeterem, ou 'queimarem' seus artigos. Mas ora, se ninguém submeter seus artigos a tais revistas, como elas poderão melhorar de nota? O papel do pesquisador também pode ser o de ajudar a fortalecer os meios de divulgação do conhecimento.
Sai da reunião com a sensação de haver estado numa reunião de pesquisadores do turismo, tamanha a semelhança dos problemas e argumentações.
Se isso serve de consolo, não é só a área do turismo que tem dificuldades de lidar com o Qualis Periódicos.

Em tempo: A nova classificação da área de Administração, Contabilidade e Turismo está em atualização no Qualis Capes. 

quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

FITUR 2013 - Feira Internacional de Turismo

Postado por Alexandre Panosso Netto

Entre 30 de janeiro e 03 de fevereiro em Madrid se realiza a 33a edição da FITUR - a maior e mais importante feira do turismo mundial.
site: http://www.ifema.es/fitur_01/
A feira tem carácter profissional, mas também é aberta ao público em geral.
É bonito por ela passear.
Cores...
São pavilhões enormes de expositores que buscam mostrar seus produtos originais, seu profissionalismo, sua atratividade e até seus cheiros, cores e sabores.
Sabores...
Em alguns estandes é possível provar vinhos, em outros queijos, destilados, fermentados, bolos, doces, chás, enlatados, frutas típicas e um sem número de produtos originários dos mais distantes rincões do mundo.
Odores...
Já tive a oportunidade de participar de outras edição da FITUR e sempre fiquei entusiasmado. Além de conhecer os produtos comercializados é possível assistir as conferências técnicas que abordam os mais diversos temas turísticos, desde marketing de destinos, segmentação do mercado turístico, ética nos mercados, novas tecnologias e educação e formação profissional em turismo.

Sons.
A abertura do evento contou com a presença do príncipe da Espanha, ontem.
O Príncipe de Astúrias chegando ao evento. Ele visitou vários  estandes.
Nesta edição a feira continua enorme, porém menor do que em anos anteriores. Efeito da crise mundial. Estados Unidos estavam timidamente representados. França este ano não participou...
Vale tudo para chamar a atenção. Bichinho de pelúcia.
Tive oportunidade de encontrar vários amigos e colegas do mundo do turismo, entre eles os colegas do Brasil e gente que trabalha na gestão do turismo nacional, como a secretária de turismo do Mato Grosso, Teté Bezerra, que lá estava no estande do Estado.
Teté contou-me um pouco dos avanços e das dificuldades na área do turismo em Mato Grosso. Tenho muito carinho por este Estado, lugar que me deu muitas oportunidades e onde tenho muitos amigos.
Teté ao centro
Percebo que os países expositores na ânsia de mostrarem tudo o que tem, acabam se perdendo nas generalizações. Algum empresário que quer fazer negócios encontrará alguma dificuldade, pois estará falando com os gestores públicos, e não diretamente com os produtores dos bens e serviços turísticos. Essa é uma visão geral que tive, apesar de saber que há muitas empresas com seus representantes por lá. 
Mas uma coisa é certa: há mais vendedores do que compradores na feira. 
Segunda certeza: o país que se preza, investe no turismo. 
Terceiro: o turismo tem uma força inestimável para a riqueza das economias.
Quarto: há mais do mundo do turismo do que nosso vão conhecimento pode imaginar.

Aqui notícia sobre a participação do Brasil: 
http://www.fiturnews.com/eng/exhibitor-news/BRAZIL-will-Attend-FITUR-with-a-series-of-ideas-based-on-its-exuberant-natural-sights.asp?CodigoNoticia=510

Abaixo algumas fotos que fiz no dia de ontem.
A Eslovênia levou até o dragão (reza a lenda que foi ele quem criou a capital do país, Liubliana).

Algumas montagens não ficaram bem no frio de Madrid...
O segmento LGBT mais uma vez esteve bem representado com um espaço bastante especial e concorrido. 
A Argentina usou Messi como promotor dos produtos. Gostei.
Não precisa explicar, né..

Pareceu-me que a África é o continente melhor representado e que está, no mundo do turismo atual, despertando o maior interesse.

Estandes luxuosos e belos.


Esse era de Madrid. Gostei dos vinhos, claro.
Vista geral de uma pequena parte de um dos pavilhões. São oito ao todo.
Artesanatos da África do Sul.

terça-feira, 22 de janeiro de 2013

Doutorado e Mestrados em Turismo no Brasil

Postado por Alexandre Panosso Netto

Para quem está se preparando para ingressar na pós-graduação stricto sensu em turismo, eis a relação dos 7 mestrados(1) e do único doutorado na área no Brasil(2).
São sete programas de mestrado, sendo que 6 tem nota 3 na Capes e um tem nota 5. Este último é o da UNIVALI, que oferece o doutorado em Turismo e Hotelaria, também com nota 5.

As notas que um programa de mestrado autorizado pode ter são 3, 4 ou 5. O mínimo para ser autorizado é a nota 3. O doutorado pode ter notas de 3 a 7.
Há dois mestrados profissionalizantes, os demais são acadêmicos. Veja a diferença entre eles no site www.capes.gov.br.

Os dados são: Título do mestrado, Web Site, IES, Cidade, Nota Capes, Áreas de Concentração.

DOUTORADO**

Turismo e hotelaria -
 http://univali.br/modules/system/stdreq.aspx?P=3831&VID=default&SID=338457339054901&S=1&A=close&C=29247 - Planejamento e Gestão do Turismo e da Hotelaria - UNIVALI - 5

MESTRADOS

Gestão de Negócios Turísticos - http://www.uece.br/mpgnt/ - UECE - Fortaleza - 3

Hospitalidade - http://www.anhembi.br/mestradohospitalidade - UAM - São Paulo - 3 - Planejamento e Gestão Estratégica em Hospitalidade

Turismo* - http://www.cet.unb.br - UNB - Brasília - 3 - Economia do Turismo; Turismo e Cultura

Turismo - UFPR - Curitiba - 3 (site em construção).

Turismo - http://www.ccsa.ufrn.br/ppgtur - UFRN - Natal - 3 - Turismo, Desenvolvimento e Gestão

Turismo - http://www.ucs.br/ucs/posgraduacao/strictosensu/turismo/capa/apresentacao
- UCS- Caxias do Sul - 3 - Desenvolvimento Regional do Turismo

Turismo e Hotelaria - http://www.univali.br/mestradoturismo - UNIVALI - Balneário Camboriu - 5 - Planejamento e Gestão do Turismo e Hotelaria

....................................................................................................................
(1) A fonte da informação é o site da Capes, no link: http://conteudoweb.capes.gov.br/conteudoweb/ProjetoRelacaoCursosServlet?acao=pesquisarIes&codigoArea=61300004&descricaoArea=CI%CANCIAS+SOCIAIS+APLICADAS+&descricaoAreaConhecimento=TURISMO&descricaoAreaAvaliacao=ADMINISTRA%C7%C3O%2C+CI%CANCIAS+CONT%C1BEIS+E+TURISMO
(2) Informação no site www.univali.br

* Mestrados profissionalizantes.
** Fonte: site www.univali.br. A Univali também tem o doutorado em Administração em Turismo, mas com a aprovação do doutorado em Turismo e Hotelaria, em 2012, a tendência é esse doutorado ficar apenas em Administração.