Postado por Alexandre Panosso Netto
Convergência para desenvolver o turismo sustentável com identidade própria
UNIR A AMAZÔNIA PARA ABRAÇAR O BRASIL
Entre 12 e 14 de agosto passado foi realizado em Belém o I Congresso de Turismo, Hospitalidade, Gastronomia da Amazônia Legal.
O evento foi coordenado pela CNTur - Confederação Nacional do Turismo e contou com 540 inscritos e representantes dos nove Estados que compõe a Amazônia Legal.
Estive presente falando sobre o turismo de interesses especiais e o desejo de conhecer a Amazônia.
As discussões geraram muitas reflexões e foi escrita a "Carta do Turismo Sustentável da Amazônia Legal", que reproduzo abaixo, com autorização do professor Mario Carlos Beni.
Uma das mesas do congresso. |
CARTA DO TURISMO SUSTENTÁVEL
DA AMAZÔNIA LEGAL
UNIR A AMAZÔNIA PARA ABRAÇAR O BRASIL
As entidades de turismo sob o manto da CNTur – Confederação Nacional do Turismo,
com apoio institucional do Governo do Estado do Pará, através da Secretaria de Estado
de Turismo, reuniu no período de 12 a 14 de agosto, na cidade de Belém-PA,
representações empresariais e públicas dos nove estados que compõe a chamada
Amazônia Legal, no I Congresso de
Turismo, Hospitalidade, Gastronomia da Amazônia Legal.
O objetivo foi discutir e dar uma identidade própria a
essa área continental, especialmente no que tange ao desenvolvimento do turismo como fator econômico, social e sustentável,
e consolidar a integração das instituições públicas e privadas da região
amazônica em favor do turismo regional.
A
região Amazônia é uma floresta urbanizada, com 69.7% de seus 20 milhões de
habitantes vivendo em núcleos urbanos. É um continente verde admirado pelo
mundo, com cerca de 7.81 milhões de km2 equivale à metade da América do Sul,
estende-se por oito países: Brasil, Venezuela, Colômbia, Peru, Bolívia,
Equador, Suriname, Guiana e um território Frances – Guiana Francesa. Cerca de
70% a região fica em território brasileiro, onde ocupa cerca de 5 milhões de
Km2, aproximadamente 61% da área total do país, abrigando mais de dois terços
das fronteiras terrestres brasileiras.
A
estrutura e sua economia se transformaram com a industrialização, sendo hoje a
região que ocupa o segundo lugar no país na exploração mineral e o segundo na
produção de bens de consumo duráveis. No entanto carece de uma identidade
própria, em razão de uma multiplicidade de percepções internas e externas ao
território, Isto é, diferentes formas de ver e como é visto, para se
caracterizar, pelas suas diversidades, como um polo turístico convergente, para
se integrar dentro dos destinos mundiais de interesse turístico.
O
foco principal das discussões tomou como referência as seguintes premissas:
As políticas públicas devem
contemplar:
o
Sustentabilidade social – com a implantação de infraestrutura básica de
acessibilidade; inclusão social – com destaque do modus vivendi das comunidades indígenas e populações tradicionais,
elemento fortemente presente no imaginário do turista internacional, indicando
o ecoturismo como um dos segmentos de maior interesse mercadológico;
o
Sustentabilidade econômica – Avaliação da atividade turística como alternativa
estratégica de desenvolvimento sustentável para a região amazônica,
justificando-se pelo potencial de sua oferta diferencial e pelo crescente
interesse de mercados consumidores mundiais pela Amazônia;
o
Sustentabilidade ambiental – assegurar a imperiosa preservação do bioma Amazônia
como coração ecológico do planeta.
o
Sustentabilidade institucional, com instâncias de governança regional que promovam
ações interestaduais e internacionais.
Com base nessas premissas, foram
aprovadas as seguintes propostas e
instrumento de ação:
o
Constituir e consolidar rede e instâncias
governamentais e de cooperação
técnica e financeira internacional e regional, que pesquisem, planejem e atuem com
diretrizes e eixos estruturantes para o
desenvolvimento da Amazônia;
o
Mobilidade
regional - – assegurar conectividade e mobilidade, permitindo à região
comunicar-se internamente com o resto do país e do exterior;
o
Malha aérea nacional e regional – reduzir taxas aéreas portuária, criando uma malha aérea
regional integrada entre os estados e os países limítrofes, com maior
frequência de voos. Inclusive a adoção de
code share, com redução das
tarifas, do ICMS sobre combustível;
o
Logística intermodal de transporte – estabelecer plano regional de logística intermodal de
transportes – aéreo, marítimo fluvial, terrestre e ferroviário;
o
Malha rodoviária regional – priorizar a conclusão da malha rodoviária nos eixos
estratégicos de desenvolvimento regional e conexão entre as 9 capitais da
região da Amazônia Legal, bem como as ligações com os 8 países fronteiriços
o
Estimular atividades que contribuam para a conservação dos recursos naturais, geração de emprego e renda e oportunidades para
a conservação dos recursos naturais;
o
Internacionalidade – Integrar a Amazônia Legal à chamada Pan Amazônia, unindo a parte brasileira aos 8 países que a compõem,
para promoção externa do turismo para a região, internacionalizando o produto;
o
Rede de pesquisa – criar centro de pesquisas, com observatórios e laboratórios de estudo,
de preferência junto às Universidades e IFFS, para acompanhar e monitorar e
avaliar o processo de planejamento e desenvolvimento da área, criando e consolidado
banco de dados que possam contribuir para definição de políticas públicas de
turismo sustentável;
o
Qualificação e requalificação – maior financiamento para qualificação profissional,
acadêmica e de gestão, em curso de graduação e pós-graduação.
o
Informação integrada – criação de um sistema interorgacional das
instituições, empresas, organizações sociais e órgãos públicos que atuem no
desenvolvimento do turismo regional.
o
Plano estratégico regional – conscientização das instâncias de governança regional
para a necessidade de elaboração de plano estratégico de desenvolvimento
turístico regional, com plano de marketing correspondente;
o
Conselho Regional do Turismo da Amazônia – Criação de um Conselho Regional para discutir e
disciplinar as políticas de turismo regional;
o
Passaporte Amazônico – reativar o Passaporte Amazônico, com criação de uma
marca de marketing nacional e internacional forte e respectiva logomarca.
INSTRUMENTO
DE AÇÃO
Programa de
investimentos – estabelecer
instrumentos concretos que se constituam em mecanismos operacionais que possam
transformar a AMAZÔNIA TURÍSTICA POTENCIAL em AMAZÔNIA TURÍSTICA – DESTINO
CONSOLIDADO, propondo programa de investimentos, no âmbito do Ministério do
Turismo, com orçamento específico, devendo se constituir no verdadeiro PAC do Turismo Sustentável da Amazônia Legal.
Belém,
14 de agosto de 2013
Plenário do I
Congresso de Turismo, Hospitalidade, Gastronomia da Amazônia Legal.
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