quinta-feira, 7 de março de 2013

Sobre Rankings das revistas científicas em turismo.

Postado por Alexandre Panosso Netto

Nesses dias já postei sobre esse mesmo assunto,veja aqui.
Esta semana, na EACH-USP, tivemos uma reunião para tratar dos temas do programa de Mestrado em Estudos Culturais. O programa vai bem, temos muitos alunos, muitos professores engajados e com perspectiva de boa nota na próxima avaliação.
O tema mais quente de discussão foi o das notas dadas às revistas científicas pela Capes, o adorado, ou temido, Qualis Periódicos: http://www.capes.gov.br/avaliacao/qualis.
As discussões da área interdisciplinar, na qual está o mestrado em questão, são muito semelhantes às discussões que reiterada vezes presenciei -  e das quais participei - sobre a avaliação das revistas científicas em turismo.
Por exemplo, o tema de que há certa percepção de que de fato não se avalia a qualidade do conhecimento publicado nas revistas, mas sim índices quantitativos, tais como periodicidade, idiomas, longevidade, número de artigos publicados em média por edição, diversidade de autores, entre outros fatores.
Mais. Por exemplo, revistas com classificação muito baixa não são atrativas para os pesquisadores submeterem, ou 'queimarem' seus artigos. Mas ora, se ninguém submeter seus artigos a tais revistas, como elas poderão melhorar de nota? O papel do pesquisador também pode ser o de ajudar a fortalecer os meios de divulgação do conhecimento.
Sai da reunião com a sensação de haver estado numa reunião de pesquisadores do turismo, tamanha a semelhança dos problemas e argumentações.
Se isso serve de consolo, não é só a área do turismo que tem dificuldades de lidar com o Qualis Periódicos.

Em tempo: A nova classificação da área de Administração, Contabilidade e Turismo está em atualização no Qualis Capes. 

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá! Eu diria o seguinte: o grande problema está nas mãos das pessoas responsáveis pelas revistas... Ocorre que se olharmos revistas internacionais importantes veremos que os artigos são avaliados com relativa rapidez, enquanto que tem revistas nacionais com uma classificação muito baixa que demoram quase dois anos para a publicação de um artigo.

Então no final das contas não se cria uma "cultura" de publicação de trabalhos, e isso se reflete até mesmo nas orientações dos professores em sala de aula na graduação. O aluno de graduação deveria ser incentivado a publicar os resultados de sua pesquisa, mas o professor geralmente não mostra interesse, até mesmo por desconhecer o processo de publicação...

Eu acho que tudo isso ocorre por causa das revistas, que publicam pouquissimos artigos em edições esparsas, num processo muito demorado.