sexta-feira, 16 de julho de 2010

Pescaria no Pará

Postado por Alexandre Panosso (pois a Tatiana não gosta de pescar)

Sou sincero: não estava nervoso, mas em tempo de férias, o melhor é pescar!

Minhas origens estão na terra, no interior, no campo, por isso o motivo principal da pescaria era conhecer mais um pedacinho do Pará, a vila de pescadores denominada Pini. Simples assim.
Companheiros de pescaria: meu tio Adelino e meu cunhado Rodrigo (falta o Gabriel na foto).

Não sei o que significa Pini. Perguntei a alguns dos quase 100 moradores do lugar e nem eles souberam me dizer a origem do nome. Creio que seja de origem indígena.

Para chegar a Pini rodamos quase duas horas. Um pouco por asfalto e um pouco por estrada de chão.
Nosso veículo foi um legítimo carrão alemão: uma Kombi emprestada.

A vila fica do outro lado da baía formada pelo Tapajós. Pode-se atravessar nadando ou de barco. Obviamente preferimos a última opção.

Fim de tarde

De imediato já partimos para o lançamento dos anzóis de colher para o Tucunaré.
Vista matinal.

Como já estava no fim da tarde, não pegamos nada.  Decidimos ir apreciar o jantar: churrasco, pão e farinha.  Vários amigos da vila participaram do jantar regado a conversas, "causos" pitorescos, curiosidades e muitas piadas.

Adelino, Gabriel (grande amigo) e Rodrigo - companheiros de pescaria.


Vista parcial de Pini.

Acordamos ainda de madrugada, por volta das 4 da manhã. Pegamos o bote e seguimos Tapajós acima. Lançamos, lançamos e nada de Tucuraré. O rio estava muito cheio, nos explicou nosso amigo Coroca morador da vila.
Coroca, nosso anfitrião.

Resolvemos voltar para o café quando fomos avisados que o Periquito, pescador jovem e experiente, havia pescado naquela noite o maior peixe de escamas de água doce do mundo: o Pirarucu. Imediatamente fomos ver os peixes. Foi uma das mais originais experiências no meio da selva.

Eram dois enormes: o maior de uns 80 kg o menor de uns 60 kg. O maior deu 50 kg de carne limpa e o menor 34. Não crê? veja as fotos.
Quando chegamos o maior já havia sido limpo e o trabalho estava concentrado nesse "menorzinho", de 50kg.





Esqueleto que sobrou do maior Pirarucu. Dentro d'água para preservação.

Foi uma das mais interessantes experiências que já tive: testemunhar a limpeza de um peixe desses no meio da Amazônia. Periquito informou que às vezes fica até um mês sem pescar nenhum Pirarucu e que naquela noite havia armado 16 anzóis e pegou dois exemplares. Uma dádiva.

Depois fomos ver 3 Pirarucus jovens, de 10 kg cada um, que são criados num tanque na vila.
"Pirarucus criança" - uns 10 kg cada um...

No mercado popular em Santarém o Pirarucu fresco é vendido por 10 reais o quilo. Em São Paulo por 70 reais (congelado).

Havia também os cágados, que são criados para consumo.
Uma espécie de cágados.

Resultado prático da pescaria: jantar garantido.

Em tempo: na rede pegamos unas 5 dúzias de peixinhos; no anzol somente um bagre - e nada do Tucurnaré aparecer. Ainda bem que tínhamos a desculpa de que o rio estava muito cheio...
... mas vamos falar a verdade:  com tudo isso que aconteceu conosco, quem se importa se não deu peixe?

2 comentários:

Anônimo disse...

valeu Alexandre esta será uma recordação para não esquecer jamais valeu a pena a próxima com certeza pegamos, agora sabemos como se faz.

Elenice disse...

Oi Alexandre

adorei as fotos...eu deveria ter feito turismo...

Abraços