domingo, 9 de outubro de 2011

Enoturismo: vindima, uvas, vinhos e turismo

Postado por Alexandre Panosso Netto e Tatiana Lima Sarmento Panosso
As massas de turistas a cada dia buscam o novo, o interessante, o que lhes aporta experiências inesquecíveis. Assim é com o enoturismo - a prática turística em áreas ou temas relacionados ao vinho, sua produção, comercialização, provas, entre outros aspectos.
Uva Tempranillo, ou Tinta del País, na Pago de Carraovejas.
Recentemente tivemos a oportunidade de conhecer uma das mais emblemáticas vinícolas da Ribera del Duero e da Espanha, a Pago de Carraovejas (http://www.pagodecarraovejas.com/).
Entrada da vinícola.
O convite nos foi feito por um dos donos da vinícola, o senhor Alfredo. Mas não foi um convite qualquer, pois trata-se da época da vindima - período de colheita das uvas. Além do mais, a vinícola não recebe turistas. Ainda não. (Vendimia em espanhol; em português usa-se dizer também vindimia ou mesmo vendimia).
Senhor Alfredo com o cacho de uvas que oferecia à Tatiana e ao nosso amigo Félix.
Tivemos também a oportunidade de conversar com o Pedro, o enólogo e também proprietário. Na foto abaixo ele nos presenteia com uvas brancas, que não são as usadas para a produção de vinhos. Esses cachos provêm de uma cepa de outra espécie que se criou no meio das Tempranillo, e não serve para nada, apenas para comer. Estavam docinhas.
Tatiana, Alfredo, Pedro e Félix.
Tivemos a oportunidade de conhecer todo o processo de produção do vinho, desde uma panorâmica de toda a área do campo, ...
Perspectiva de parte dos 130 hectares de videiras da casa vinícola. Ao fundo, acima da montanha, o castelo de Peñafiel, construído no século XIV.
... do processo de colheita dos cachos, ...

... (do qual também pudemos 'participar') ...
Tatiana com o primeiro cacho de uvas colhido em sua vida.
... e ouvir as explicações técnicas sobre a colheita...
José Antônio (o "Granado"), um dos vendimiadores, que nos explicou vários aspectos da colheita [Muchas gracias, José!]. 
... acompanhando os trabalhadores...

... que cortam e colocam as uvas no trator...

... que fica repleto do valioso grão.
Repare, outra vez, o castelo ao fundo.

Na área de produção os grãos são separados dos cachos mecanicamente...

... e colocados para fermentar (a primeira fermentação) em grandes cubas de aço inoxidável...
Uvas em pleno processo de fermentação. A cor, o sabor, o barulho e o cheiro são únicos.
... que depois de separados  - líquido e bagaço - vão um para cada lado. O líquido com álcool, já considerado vinho, passará pela segunda fermentação em outras barricas...
Barricas de carvalho.
... e o bagaço vai para uma prensa para dali ser tirado o "vinho de prensa", de qualidade inferior.
Prensa do bagaço já fermentado, para um vinho de qualidade inferior. O bagaço depois serve como adubo.
Depois disso, o líquido de primeira qualidade, é conservado em barricas de madeira de até 225 litros para ganhar corpo, intensidade, cor, sabor, aromas, etc.
Aqui somente barricas novas de carvalho - francês ou americano. Quanto mais novas, mais qualidade ao vinho as barricas aportam.
Quando o enólogo acredita que o vinho já está com a qualidade desejada, ele é engarrafado nesta máquina...
Engarrafadora.
... e volta a descansar nos grandes salões escuros com temperatura - 15 graus -  e umidade - 70 a 80% - controlados. Esse processo é necessário para o vinho amadurecer e chegar ao ponto ótimo de consumo.
Algumas das centenas de milhares de garrafas que estão tranquilamente descansando na adega, antes da comercialização.
Somente depois disso as garrafas são etiquetadas, encaixotadas e postas à venda.
Cada garrafa uma experiência, um momento e uma etiqueta com número único.
OUTRAS INFORMAÇÕES:
A vinícola Pago de Carraovejas está ampliando, mais uma vez, suas instalações e no ano que vem estará aberta para visitação turística
A produção anual, dependendo da decisão do enólogo, das condições das uvas, e outros fatores, pode chegar a 700 mil garrafas, ou até um pouco mais.
Tivemos a oportunidade de conhecer também o laboratório químico e outras entranhas da vinícola, por motivos óbvios não vamos publicar as fotos.
90% da produção da vinícola é consumido na Espanha. Somente 10% é exportado.
Os trabalhadores do campo, na época da vendimia, vêm de vários países europeus.
Foto da Pago de Carraovejas feita de cima do castelo de Peñafiel.
PREÇOS AQUI NA ESPANHA (Para preços do Brasil multiplique por 3, ou até por 4).
Pago de Carraovejas Crianza 2008 - 25 Euros (o mais barato de todos)
Pago de Carraovejas Reserva 2007 - 45 Euros
Pago de Carraovejas Cuesta de las Liebres 2005 - 110 Euros

PORTANTO:
A cada vez que apreciar um vinho com a família e amigos, lembre-se do trabalho que dá para produzir cada garrafa e aprecie com moderação!
No momento desta postagem estamos apreciando esta garrafa acima. Está boa de madeira, lembra frutas vermelhas, como amoras e morangos. Também tem um pouco de anis e a lágrima escorre contente pelas beiradas da taça. De cor intensa. Entra leve e ligeiro. É preciso ter cuidado...

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