sábado, 17 de abril de 2010

A era da experiência

Postado por Alexandre Panosso Netto

Esse texto fiz especialmente para ajudar a divulgar o encontro da AMFORHT, que será realizado em setembro em São Paulo, com o  tema "Turismo de experiência e formação profissional."




Estamos num estágio da humanidade que poucas coisas simples interessam ao homem comum. O que a grande maioria das pessoas busca é algo marcante, algo diferente, algo que fuja do senso comum e da vidinha simples que se desenha na correria do dia-a-dia.

Isso nos leva a crer que o filósofo tem razão quando afirma que vivemos “a era do vazio” – esse é o título de um livro do francês Gilles Lipovetsky – na qual nos falta um rumo para a vida, uma direção; onde se vive a apatia, a indiferença, o desprezo e o individualismo, principalmente nos países mais desenvolvidos.

Tudo isso nos leva também a imaginar que podemos estar vivendo, ou ao menos buscamos viver, a era da experiência. A sociedade já está dando sinais disso. Esse momento se caracteriza pela busca de novos horizontes onde o ser humano possa expressar os seus mais guardados segredos e possa se maravilhar com o novo, com o simples, com o singelo, com o belo e com o feio. Também é esse novo anseio que faz com que nos envolvamos mais com ações sociais, de preservação do meio ambiente, de ajuda humanitária. Buscamos um sentido para nossas vidas, para que não a vivamos de forma vazia.

É também interessante destacar que os estrategistas de marketing já perceberam essa mudança e agora oferecem aos consumidores, em belas peças publicitárias, “um veículo sob medida”, “a roupa perfeita” e “a viagem dos sonhos”, como se fossem produtos únicos, especiais, feitos especialmente para um indivíduo.

Nesse contexto insere-se um dos maiores prazeres atuais, o turismo, só que com algo diferente que o autoriza a ser denominado “turismo de experiência”. Esse tipo de turismo, que não deixa de ser um pouco de segmentação do mercado consumidor, ou seja, estratégia de marketing, pretende oferecer ao viajante experiências memoráveis. Seriam ações que tem o poder de marcar positivamente a vida de alguém. Pode ser um salto de paraquedas, um mergulho em cavernas, ou um mês de caminhada pelas florestas da Nova Zelândia.

Compreende-se, portanto, que a era do vazio pode forçar o surgimento da era da experiência, sendo que a segunda pode trazer maior enriquecimento humanístico para todos.

A experiência, no atual contexto social, é algo complexo. Buscando a sua compreensão, o Senac São Paulo e a Associação Mundial para a Formação em Turismo e Hotelaria – AMFORHT, estão realizando entre 22 e 24 de setembro, em São Paulo o Fórum Mundial AMFORHT 2010 (www.sp.senac.br/amforht) ten

do como tema principal de debate “Turismo de experiência e formação profissional”. Será um momento importante para aprofundar as temáticas comentadas acima. Detalhe: Gilles Lipovetsky, o filósofo da era do vazio, estará presente.

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